Uma vez elogiei o jornal O Tempo pelas crônicas de Sebastião Nunes sobre o Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. Ainda acho O Tempo o melhor jornal de Minas Gerais. Mas é fácil ser o melhor de Minas. O mais antigo do estado é um panfleto em defesa de Aécio: acha que todos os males do país começaram com Lula/Dilma. É o porta-voz do PSDB em Minas e não está interessado em fazer um jornalismo reflexivo/crítico. O outro jornal de Minas (Hoje em Dia) é bastante irregular e também reza pela cartilha tucana.
Porém, devido ao mesmo Sebastião Nunes, acho que O Tempo deu uma séria derrapada. Ele saiu do jornal. A página em que ele escrevia foi ocupada pelo bom Antônio Prata. Mas é a mesma coluna que ele publica na Folha. Até aí, tudo bem. Mas por que nada foi publicado sobre a saída de Sebastião Nunes? Ele pediu para sair? Foi demitido? Não volta mais? Está doente?
O jornal fez o que faz toda a imprensa. Quando estreia um novo colunista (como mostram as “reportagens” sobre a estreia de Antônio Prata), faz anúncio, faz uma festa. Quanto ele sai, nenhuma linha. O leitor, que às vezes comprava ao jornal só por causa daquele colunista, não merece nenhuma satisfação. O Globo fez o mesmo com Artur Xexéo: bye-bye, adeus… para o mesmo jornalista que ao iniciar no jornal foi motivo de anúncios elogiosos!
Quanto ao Sebastião Nunes, que tinha a coluna mais criativa da imprensa mineira, o motivo parecem ser (já que o jornal não deu nenhuma explicação) as tais crônicas elogiadas no início. A imprensa mineira prefere sempre obedecer ao seu imperador. E se Antônio Prata resolver publicar uma coluna criticando este imperador também sairá, sem nenhum comentário. Simplesmente sumirá…
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Geraldo Magela Maia é professor