No fim de 2007, a Folha de S. Paulo noticiou:
‘A China poderá manter indefinidamente a flexibilização de suas leis referentes à imprensa internacional, segundo o ministro do Conselho de Informação Cai Wu. A suspensão de algumas restrições foi estipulada visando os Jogos de Pequim-2008’ (28/12/2007, ver
íntegra aqui, para assinantes)É mais ou menos a mesma coisa que ocorre em Minas Gerais. Os correspondentes da Folha e do Estado de S.Paulo são os únicos que fazem matérias críticas sobre o novo centro administrativo do governo estadual e sobre o envolvimento de membros do governo Aécio Neves no valerioduto tucano. A liberdade concedida aos pouquíssimos correspondentes de veículos nacionais baseados em Minas serve também como um álibi para o governo estadual alardear que não existe censura à imprensa em Minas Gerais.
Foi o que a campanha para reeleger o governador Aécio Neves alegou no vídeo Liberdade de imprensa em Minas, produzido às vésperas da eleição de 2006 em resposta ao meu vídeo Liberdade, essa palavra, que trata de um suposto cerceamento à imprensa pelo governo Aécio em 2003 e 2004 (o primeiro disponível no YouTube e o segundo, na íntegra, no Google Vídeo).
Repercussão nula
Ocorre que as matérias divulgadas pela Folha nos últimos meses – críticas ou negativas ao governo e ao governador – não tiveram repercussão alguma na imprensa local. Constatou-se também que o efeito dessas matérias sobre os mineiros é praticamente nulo, uma vez que Aécio tem aprovação recorde em Minas Gerais, em um patamar não alcançado por nenhum outro governador do país nem pelo presidente Lula.
Ou seja, a atuação dos correspondentes de veículos nacionais em Minas tem o mesmo efeito sobre a população local que a atuação dos correspondentes estrangeiros sobre os chineses: nenhum.
Sem as rádios e as televisões para amplificar o que dizem os jornais, a repercussão dos veículos impressos é praticamente nula sobre a população em geral.
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Jornalista formado pela UFMG, diretor do vídeo-documentário Liberdade, essa palavra, Belo Horizonte, MG