Em sua coluna de domingo [13/5/07], a ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, tratou de um tema bastante polêmico: religião. Muitos leitores reclamaram de uma coluna assinada pelo jornalista Dana Milbank em 4/5, sobre o Dia Nacional da Oração, a Maratona da Bíblia e uma manifestação de ateus, alegando que a descrição dos eventos foi imprecisa e ridicularizou os participantes.
Em resposta, Milbank afirmou que os eventos do Dia Nacional da Oração são políticos, e não religiosos, por isso ‘não mereciam respeito especial’. A efeméride foi criada em 1952 através de uma resolução do Congresso, sendo liderada por Shirley Dobson, esposa do reverendo James Dobson, do grupo cristão Focus on the Family, com grande influência no Partido Republicano. Os dirigentes da Maratona da Bíblia são o reverendo Michael Hall e sua esposa, Terry – ambos democratas.
Informação vs. opinião
A coluna deu muita ênfase na baixa freqüência de público durante os eventos cristãos. Jeff Gannon, blogueiro conservador que foi ao Dia Nacional da Oração e à Maratona da Bíblia, alegou que o objetivo da maratona não era atrair um grande número de pessoas, mas sim reunir fiéis para ler a Bíblia durante cinco dias. Um release informava que eram esperados milhares de participantes; a organização noticiou que havia centenas, mas não no último dia, o único em que Milbank compareceu.
Deborah afirma que o Dia Nacional da Oração não é um evento político, mas é certamente dominado por republicanos. A questão, diz a ombudsman, não é avaliar se o texto de Milbank foi justo, pois as colunas assinadas por ele são sempre provocativas. O problema foi o Post ter deixado sua coluna ser a única com informações sobre os eventos, não disponibilizando aos leitores um outro ponto de vista mais objetivo.