Fico me perguntando, às vezes, por que um pequeno número de pessoas deve determinar o que todos devem assistir na televisão. É isso o que acontece com essa maluquice da medição do Ibope. Na minha opinião, a medição cria um caráter antidemocrático na escolha da programação. O que me espanta é que ninguém discute isso e quem discute é asperamente criticado. O que fazer para acabar com a ditadura do Ibope?
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Espero que o advogado Jeferson Cardoso tenha sucesso em punir, de maneira exemplar, o monstro – não, não foi um animal e sim um humano, porém sem alma, sem moral – que pichou com tinta o morador em Porto Alegre. Imagino quantos outros crimes parecidos e impunes acontecem nesse país contra pessoas indefesas, sem moradia, em condições desumanas, humilhantes. Na região do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, os moradores de rua que ficam embaixo dos viadutos Major Quedinho e Nove de Julho, na rua Álvaro de Carvalho, são vítimas da fumaça e do barulho dos motores de ônibus fretados estacionados no local, com o motor ligado. Eu mesma, ao passar por ali, preciso atravessar para o lado oposto, para evitar a inalação do monóxido. Esses ônibus, além de pôr em risco a vida daquela gente, talvez estejam cometendo infração, usando a rua para estacionamento, à noite e de manhã, e poluindo o ar, com o motor ligado. Seria proposital, como forma de afugentar os moradores de rua? Os nazistas também faziam algo parecido, quando matavam seus desafetos nas câmaras de gás. Moradores de rua são doentes, precisam de cuidados, de trabalho, de moradia, vida digna. O poder público tem responsabilidade sobre eles, em vez de simplesmente alegar que não pode tirá-los da rua, porque seria contra o direito de ir e vir do indivíduo. (Emily Cardoso, jornalista, São Paulo, SP)
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Professor, Apucarana, PR