Apenas uma edição, uma única edição de domingo, do jornal norte-americano New York Times contém mais informações do que um homem que viveu no Iluminismo conquistou durante toda uma vida. O conhecimento, hoje, é um bem rentável e fundamental para que as estruturas da sociedade contemporânea se mantenham em pé. A um clique de distância, o homem de hoje tem em mãos o maior acervo fotográfico da história, o Flickr, a maior enciclopédia aberta do mundo, a Wikipédia, ou o monstruoso conteúdo do YouTube, que recebe, a cada 60 segundos, mais de oito horas de novos vídeos hospedados por internautas de todo o planeta.
Muitos afirmam que a internet é a resposta, mas se atrapalham ao tentarem afirmar qual era a pergunta anteriormente formulada. A internet não é e nunca foi a resposta, pois não é possível obter respostas concretas se não conseguimos formular ao menos perguntas pertinentes. Não se atente às respostas, mas às perguntas, que o guiarão a encontrá-las.
Da Vinci e Michelangelo fizeram muito mais pela humanidade com recursos infinitamente menores. Seria praticamente impossível arriscar o que algumas das mentes mais brilhantes da história da humanidade poderiam ter feito se possuíssem em mãos todo o conhecimento que hoje é acessível a uma criança no início de seus cinco ou seis anos. Para a internet ser a resposta, devemos, primeiramente, formular a pergunta: o que você faz com toda essa infinidade de informações?
Google, Yahoo, IBM, Microsoft ou Dell mudaram os rumos das comunicações. YouTube, Twitter, Flickr, o mp3 ou a blogosfera são as conseqüências dessas mudanças, e não as mudanças em si. Para a internet ser a resposta, a questão deve se voltar a cada usuário ativo, iniciante ou veterano, sobre qual é o uso que você faz dessas tecnologias. A aplicabilidade das mesmas não se deve restringir ao rotineiro caminhar humano, monótono e sem impactos à realidade que está inserido, mas sim, em uma frenética construção de ideias, plausíveis ou não, onde mudanças, conseqüências e aplicações formulem algo realmente produtivo: a simples ideia de criar ideias.
A pergunta mais eficiente
Bill Gates certa vez mencionou que o usuário médio de um microcomputador possuía o cérebro não superior ao de um macaco-aranha. Não mudar a realidade ao redor, utilizando-se dos meios tecnológicos, é confirmar a tese do criador do Windows. De nada adianta futurólogos e palpiteiros de plantão dizerem que a internet chegou para ficar, se os próprios usuários não sabem como impactarem de modo eficiente o meio no qual estão inseridos.
Qual a renda de sites como o YouTube ou Twitter? Cifras astronomicamente negativas. Mas qual o número em relação ao crescimento dos mesmos? Cifras astronomicamente positivas. A questão, hoje, se resume a jovens em tentativas múltiplas de criarem algo simples, de fácil manuseio e que seja comprado por algum grupo de acionistas ou alguma megacorporação.
A internet é a resposta quando você formular a pergunta correta. A internet veio para ficar se você souber, primeiramente, até onde quer chegar com ela. A internet será a pergunta mais eficiente quando os usuários procurarem uma resposta em comum: a ideia de ter ideias.
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Jornalista e blogueiro. Pós-graduado em Assessoria de Imprensa, Gestão da Comunicação e Marketing, Pindamonhangaba, SP