Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A necessidade de popularizar a ciência no país

A democratização do conhecimento científico depende do trabalho de divulgação científica. Isso é fato! O jornalismo especializado é capaz de traduzir em detalhe o que determinado projeto ou invento muda na vida do cidadão. Isto, de uma maneira clara e direta. No entanto, o Brasil é bastante carente de coberturas desta natureza. E, lógico, há poucos profissionais envolvidos com este trabalho.

Qual é o problema para o descaso com temas importantes como ciência e tecnologia num mundo contemporâneo? Os entraves parecem ser diversos. Um dos principais talvez seja a ausência da disciplina de jornalismo científico na grade curricular dos cursos de Comunicação Social e Jornalismo. O entrave impede a discussão sobre as descobertas e necessidades do país.

Alguns cursos superiores ainda apostam na reprodução de ideais dos anos 80. Ensinam que aquele senhor de cabelo branco, educado, humilde e gentil é o principal âncora da televisão brasileira. O tempo gasto com a ‘idolatria’ aos modelos de comunicação descompromissados com a ciência e a sociedade poderia gerar novos conceitos e ocupações para os futuros profissionais de imprensa.

O peso e clareza das contrapartidas

A imprensa científica pode ajudar a popularizar a ciência. Como seu poder de fogo ainda é menor que a imprensa comercial, boa parte da população desconhece o que realmente fazem os laboratórios e parques tecnológicos. A falta destas informações colabora para o fortalecimento da visão deturpada do cientista. Muitas pessoas ainda imaginam o profissional parecido com Einstein ou o professor Pardal de Patópolis, de Disney.

A alfabetização científica pode ser uma das bandeiras desta mídia especializada. De certo modo ela poderá reverter às interpretações equivocadas e somar esforços na contextualização dos grandes temas científicos do Brasil e do mundo. Afinal, ciência não é só aquilo que é feito em laboratório com os tubos de ensaio, ou ainda protagonizada por quem usa jaleco. Ciência é igual a estudo e pesquisa. Seja qual for a área.

Para desvendar esta história, o mais indicado é o jornalista. O profissional terá capacidade de explicar o que é e não é ciência. Mais do que informar novidades, este narrador científico irá traduzir o tecnicismo e a complexidade do conhecimento. A medida visa a tornar mais fácil a compreensão e assimilação do conteúdo pelo público. O peso e clareza das contrapartidas sociais, naturais e econômicas serão fundamentais para o entendimento e aceitação do experimento.

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Jornalista, especialista em Linguagem, Cultura e Ensino, Foz do Iguaçu, PR