Já não sei bem se que o que fazemos é viver a democracia do jeito que os idealizadores de tantos protestos que foram vistos no auge da luta contra a repressão durante o período militar. Foi o que pude observar com base em três textos do Observatório da Imprensa (‘A praga dos ambientalistas‘, ‘Aborto tratado como `batata quente´‘ e ‘Tiririca: à espera de uma resposta‘).
A política brasileira, principalmente o Legislativo (órgão vital da democracia) está tão descrente que as pessoas nem o estão levando a sério. Prova maior disso, além do fato de que pouquíssimos populares conseguem lembra para quem foi seu voto para o legislativo, é fato consumado a eleição do palhaço Tiririca, suspeito de analfabetismo, com o belo bordão ‘pior que tá num fica’. Se isso não é desinteresse, realmente não sei o que poderia ser.
Daria para ser mais feliz
Quanto aos presidenciáveis, se mancomunaram de forma a evitar a bomba que é o aborto. De fato, eles realmente abordaram o tema, com acusações como, por exemplo, por parte da campanha de José Serra, que tenta associar a candidata petista a uma ‘ameaça à vida’, por ser a favor da descriminalização do aborto. O aborto não é só algo que precisa ser discutido; tem de ser algo a ser decidido. Ele toca na questão do que é assassinato e o que deixa de ser. É uma questão moral, até religiosa, que precisa ser tratada com o devido respeito.
Infelizmente, por não ter a idade necessária, não pude ter o privilégio de votar (votar deve ser encarado como um privilégio. Não como um obrigação), mas o bom desempenho de Marina me alegrou. Aquela ‘onda verde’ foi o melhor da campanha. O meio ambiente precisa ser levado a sério.
Para concluir, se os nossos presidenciáveis tivessem levado a sério a questão do aborto – do jeito que Marina levou o meio ambiente –, daria para ser mais feliz. E embora votar em Tiririca não vá piorar a situação, também não vai ajudar.
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Estudante de Sociologia, Porto Alegre, RS