Com o avanço da internet e o recorrente uso do termo web 2.0, a tendência é que os meios de comunicação sejam muito mais interativos. A sociedade passa por uma revolução cultural e tecnológica muito grande. O usuário da informação deixa de ser telespectador para ser um indivíduo participativo.
Esta é uma situação que ainda é difícil de ser entendida por algumas entidades, sejam elas públicas ou privadas. A inserção no mundo da web 2.0 vai além do que ter uma conta do Twitter, YouTube ou Flickr, na página de contato da entidade privada ou governamental. O uso dessas ferramentas significa interagir, participar. Ou seja, manter um diálogo permanente entre todos os envolvidos: empresas e sociedade.
Então, há de se fazer uma irrisória comparação: que a rede de internet da empresa é uma grande companhia e que os usuários das informações são os acionistas – que fazem parte, discutem, opinam, criticam. De fato, têm alguma interferência. Os acionistas querem construir um império grandioso e acompanhar o crescimento da companhia. Resultados que, na web, só podem ser obtidos por meio da participação.
O jornalismo colaborativo
Muito se discute – inclusive aqui, neste Observatório – sobre a necessidade do diploma de jornalismo. Uns favoráveis, outros contra. Mas o que falta debater, na verdade, é a qualidade da grade curricular do Jornalismo. Digo mais: as escolas de Comunicação não fecharão as portas e os graduados estarão disponíveis para o mercado cada vez mais, ano após ano.
Há os que temem ou criticam a qualidade da informação produzida pelo cidadão. Erro crucial. O avanço da internet não vai limitar essa produção. São milhares de pessoas munidas de celulares com acesso a vídeos, fotos, internet, SMS. Essas tecnologias permitem ao consumidor da informação deixar de ser um receptor silencioso para tornar-se um criador.
A separação rígida entre os que fazem as notícias e os que recebem as informações desaparece no mundo virtual. Os profissionais da comunicação têm agora milhares de aliados na tarefa de apurar fatos, conhecer novidades, reunir e comentar informações. Qualquer um pode fazer notícia. O modelo tradicional, que distingue os emissores dos receptores da informação, deu lugar à comunicação feita por meio da colaboração.
Será que os profissionais da comunicação estão dispostos a ter aliados ou preferem ser chamados (ainda) de terceiro poder?
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Jornalista, pós-graduanda em Comunicação e Multimídia da PUC-GO, Brasília, DF