Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A Paraíba sem vez na mídia nacional

Algumas notícias, quando são divulgadas para todo o Brasil e repercutem na mídia, auxiliam a desenvolver a solução dos problemas – é como se dessem um empurrãozinho para que o povo se revolte e peça justiça. É como o caso da menina Isabella Nardoni, atirada do alto de um prédio, um assassinato cruel de uma inocente. A população brasileira clamou para que fosse encontrado o culpado, foi às ruas, abriu a boca e em uma velocidade incrível os acusados foram presos.

Na madrugada do dia 22 de janeiro de 2009, três homens encapuzados e armados com facões invadiram uma residência humilde localizada no Sítio Capim, na zona rural do município de Santa Inês, alto sertão paraibano, divisa com o estado de Pernambuco. Estupraram e assassinaram brutalmente uma adolescente de 14 anos, agrediram duas crianças, meninas de 7 e 11 anos, e também esfaquearam a mãe da vítima, uma agricultora de 54 anos, chegando a arrancar a orelha dela.

As crianças foram hospitalizadas e no outro dia já se encontravam em estado de saúde regular. Mesmo assim, uma delas, que levou facadas na cabeça, teve fraturas nos ossos e partes pequenas deles penetraram no cérebro. A matriarca ainda está internada no Hospital de Trauma da capital, João Pessoa.

‘Coisas’ só caminham sob pressão

Um crime terrível jamais visto nessa região. A imprensa local cobriu o fato, divulgou e provavelmente seus assessores devem ter enviado algo sobre o ocorrido para suas filiais, a saber: Globo, SBT e Record.

Porém, acompanhei os noticiários do dia e da noite e nenhum comentário, nenhuma nota sequer sobre tamanho absurdo.

Onde está o problema?

Por que o espaço no noticiário nacional é reduzido quando se trata de nosso estado?

Vejo raramente em alguns telejornais notícias de Campina Grande, como ‘O Maior São João do Mundo’ ou a cassação do governador do estado, Cássio Cunha Lima. Mas algo como o que aconteceu nesta quinta-feira, um assassinato e três espancamentos que levaram uma senhora e duas crianças ao coma na UTI, tudo por causa de sexo e, segundo um delegado, talvez por vingança de algo que ninguém sabe.

Isso deveria ser mostrado em todo o Brasil, para motivar as pessoas e a justiça a dar aos assassinos o castigo que merecem. Infelizmente parece que as ‘coisas’ só caminham neste país quando é sob pressão. Então que seja papel da mídia – pressionar.

Apenas dois acusados foram encontrados e presos, mas ninguém sabe até quando… Isso é revoltante.

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Bacharelanda em Comunicação Social, UEPB, Campina Grande, PB