Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A volta dos veteranos

Terminada dia 19/11 a fase eliminatória da Copa do Mundo de 2010, apuraram-se os 32 finalistas para o campeonato que será disputado ano que vem na África do Sul. Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo não terá estreantes ou selecionados que disputam pela primeira vez a fase final. África do Sul 2010 será uma Copa de ‘veteranos’. Podem-se considerar duas exceções, mas elas se restringem aos nomes. A Sérvia, assim chamada, vai pela primeira vez. Mas um dia jogou como Iugoslávia e em 2006 esteve na Alemanha como Sérvia e Montenegro. O exemplo cabe também para a Eslováquia, que já foi por duas vezes vice-campeã do mundo ostentando o nome de Tchecoslováquia. É bom lembrar que República Tcheca e Eslováquia, hoje, são nações distintas.

Embora veteranos, alguns selecionados voltam depois de muitos anos e Copas ao Mundial. São candidatos em potencial para serem eliminados ainda na fase de grupos. A Nova Zelândia esteve pela última vez em 1982, na Copa da Espanha. Não é mera coincidência o fato dos neozelandeses estarem de volta a uma Copa depois que a Austrália passou a disputar as eliminatórias pela Ásia. A Argélia classificou-se contra o Egito depois de uma ‘guerra’ campal no Sudão, em campo neutro. Haviam mais soldados no estádio do que torcedores. Os argelinos estiveram pela última vez em Copas no Mundial de 1986, disputado no México. Em 1982, aprontaram uma zebra histórica contra a então Alemanha Ocidental: vitória de 2 a 1. Após 44 anos, a Coréia do Norte volta a uma Copa do Mundo. Em gramados ingleses, em 1966, os norte-coreanos conseguiram a façanha de eliminar a Itália e por pouco não despacharam Portugal, num jogo incrível onde chegaram a estar vencendo por 3 a 0. Honduras é outra seleção que viu muitas Copas pela televisão. Sua última participação foi em 1982.

Aguardando o sorteio

Se a lógica persistir, Brasil ou Argentina ganham a Copa do ano que vem. Isso porque as Copas disputadas fora da Europa sempre foram vencidas por Brasil ou por Argentina. Pelo retrospecto, o Brasil de Dunga é franco favorito ao título. Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal e Holanda têm condições de triunfar.

Já Argentina e França (esta última classificada com um erro escandaloso da arbitragem contra a Irlanda) chegam à Copa em pandarecos. Precisam ainda montar um time e recuperar o prestígio. Com a disposição dos times nos grupos (o sorteio será no próximo dia 4 de dezembro), um prognóstico mais preciso poderá ser feito. Não seria nada mau se o Brasil caísse na mesma chave de Nova Zelândia e Honduras, por exemplo. São veteranos, mas nem tanto.

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Jornalista, Belo Horizonte, MG