Uma coalizão de companhias de mídia formada por Associated Press, Reuters e Agence France-Presse não cobriu o primeiro jogo-teste de críquete entre Austrália e Sri Lanka, na quinta-feira (8/11), em Brisbane. O motivo do boicote é um desentendimento com a Cricket Australia, organização responsável pelo esporte na Austrália, sobre regras de credenciamento de mídia. Um jogo-teste é disputado entre as seleções mais bem classificadas no mundial e pode durar até cinco dias.
A Cricket Australia exige que as agências de notícias paguem pelos direitos de licença das fotos; além disso, passou a limitar a distribuição de notícias e imagens para sítios de internet. ‘Apesar da tentativa de resolver nossas diferenças esta semana, as exigências impostas pela Cricket Australia continuam inaceitáveis para a AP, que procura seguir regras que respeitem nossa integridade editorial e o direito de distribuir nossas matérias e fotos sem restrições impostas por terceiros’, declarou a agência. ‘Não pagamos a nossas fontes pelo direito de ouvir e contar suas histórias, e tampouco pagamos a organizadores de eventos pelo direito de cobri-los. Se o fizermos, estaremos dando adeus à nossa credibilidade’, acrescentou o conselheiro da AP, Dave Tomlin.
Até que se chegue a um acordo, as agências informaram que também não cobrirão o jogo marcado para o período de 16 a 20/11 em Hobart. No dia 26/12, começam os jogos entre Austrália e Índia – e, se nada estiver resolvido até lá, talvez ainda não haja fotos disponíveis na mídia.
Outro esporte, mesmo problema
Uma briga semelhante ocorreu entre agências de notícias e a federação mundial de rúgbi, o International Rugby Board (IRB), pouco antes da Copa do Mundo de Rúgbi, em setembro último. As agências e os organizadores do campeonato só entraram em acordo a 90 minutos da abertura do mundial. Informações de John Pye [Associated Press, 9/11/07].