A Anistia Internacional do Reino Unido anunciou os vencedores da 17ª edição de seu Prêmio de Mídia em cerimônia realizada na semana passada (17/6), em Londres. O evento homenageia jornalistas que contribuíram significativamente para a conscientização e compreensão de questões de direitos humanos.
Alan Johnston, repórter da BBC que, no ano passado, ganhou na categoria rádio no dia em que foi libertado de um seqüestro de quase quatro meses em Gaza, anunciou o vencedor da categoria especial – concedida a jornalistas que, sob ameaça, abordam questões de direitos humanos em seu trabalho. O laureado foi Abdulkarim al-Khaiwani, ex-editor do semanário político do Iêmen al-Shora. Ironicamente, al-Khaiwani não pôde comparecer à cerimônia porque foi preso uma semana antes, acusado de difamação.
Prêmio póstumo
Uma homenagem póstuma foi concedida à jornalista iraquiana Sahar al-Hadeiri, morta a tiros em 2007. O assassinato ocorreu semanas depois que o sítio de notícias independente Institute for War and Peace Reporting (IWPR) publicou um artigo escrito por ela sobre crimes de honra cometidos no Iraque e o aumento da violência contra mulheres no país. Sahar chegou a receber 15 ameaças de morte.
Dentre os outros homenageados, estão Xan Rice, do Guardian, pela cobertura de direitos humanos na África, e Deborah Haynes, correspondente do Times em Bagdá, por denunciar o tratamento dado a iraquianos que trabalham como intérpretes das tropas britânicas. Estes profissionais passaram a ser perseguidos e não contavam com a proteção do Exército britânico. A reportagem fez com que o governo do Reino Unido oferecesse compensação ou asilo a centenas de empregados iraquianos.
A Anistia Internacional é uma organização independente de defesa dos direitos humanos com representação em mais de 150 países e regiões. Informações de Stephen Brook [The Guardian, 18/6/08].