O debate na mídia esquenta e amorna, mas nada acontece. Os torturadores continuam livres, recebendo aposentadorias pagas com os impostos de suas vítimas.
Em 1967, quando eu tinha três anos de idade, minha casa foi invadida várias vezes a pontapés pelos gorilas da ditadura. Até hoje, o Exército golpista não me pediu desculpas. Nenhum militar foi punido.
A direita asquerosa se aferra à Lei da Anistia como se fosse bom preservar a impunidade dos criminosos fardados. A esquerda desonesta se acovardou em razão das indenizações que recebe.
Eu não quero dinheiro da União. Não aceito a impunidade dos militares. Já que a Justiça não será feita, resolvi dar uma solução pessoal para o problema.
Através da presente, eu desafio para um duelo com pistola, a 20 passos de distância, qualquer interessado em defender a honra da ditadura.
Condições para o duelo
1) O interessado deverá ter, no mínimo, o posto de coronel do Exército da ativa ou reserva (ou posto equivalente na Marinha ou Aeronáutica) – não pretendo ganhar 12 anos de prisão por matar um subalterno;
2) O interessado terá que apresentar atestado médico recente comprovando que não tem mal de Parkinson ou Alzheimer – não pretendo matar um velho podre, incapaz de fazer pontaria ou que esquecerá de colocar a espoleta na pistola;
3) O interessado terá que demonstrar capacitação para usar pistola do século 19X – não pretendo levar vantagem sobre um animal que só sabe usar armas modernas e automáticas e nunca atirou com uma arma adequada para duelo;
4) O duelo será no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em data a ser agendada previamente e será filmado à distância por uma equipe de TV – não pretendo matar ninguém em segredo ou escondido, como fizeram os militares brasileiros durante a ditadura;
5) O mediador do duelo será um adido militar de qualquer uma das Embaixadas existentes em Brasília – exceto da embaixada Americana porque não gosto de gringos;
6) No dia do duelo, os duelistas terão que estar trajados de maneira adequada, usando camiseta branca – não pretendo duelar com um militar covarde que usa colete a prova de balas;
7) As regras do duelo serão simples: cada duelista recebe sua pistola, carrega a mesma e se dirige para o local de tiro. No local de tiro, coloca a espoleta na arma e aguarda o comando para fazer fogo, faz pontaria e atira.
Um homem, um tiro. Condições rigorosamente iguais.
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Advogado, Osasco, SP