A Operação Navalha cortou fundo – cortou tão fundo que, desta vez, de nada adiantará o frenesi para uma nova CPI. A mídia pode ser decisiva para convocar a sociedade brasileira para uma reforma política capaz de nos livrar destes vexames periódicos.
Pela primeira vez em nossa história, a Polícia Federal acusa frontalmente um ministro, Silas Rondeau – uma CPI levaria anos para chegar ao mesmo resultado. Se chegasse.
O ministro das Minas e Energia não deverá ser o único a ser defenestrado. Aos políticos agora só resta uma opção: arregaçar as mangas e reconquistar o respeito popular através de um debate imediato e intenso sobre as causas desta devassidão.
É evidente que as fraudes nas licitações não acabarão da noite para o dia, será muito difícil convencer os parlamentares a desistir do rendoso negócio das emendas ao Orçamento. Mas a mídia tem condições para dizer um sonoro ‘basta’. Se não o fizer agora, e de forma cabal, assume a sua desimportância.