A imprensa tem repercutido intensamente o caso do mensalão do Arruda, como nesta nota do Último Segundo.
As cenas das autoridades recebendo pacotes de dinheiro, rezando ou enfiando-os na cueca e na meia são fantásticas. O automatismo das ações criminosas em Brasília me fez lembrar Isaac Asimov, escritor russo naturalizado norte-americano que criou as três leis da robótica:
1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal..
2ª lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.
Meros aprendizes
Sem pedir licença, vou plagiar o Asimov para criar as três Leis da Corrupção no Brasil:
1ª lei: Quem rouba dinheiro público precisa dividir religiosamente com os amigos que o ajudam.
2ª lei: Quem é pego por roubar dinheiro público, nega o fato e fica de boca fechada.
3ª lei: Quem denuncia os comparsas morre (politicamente, socialmente ou… fisicamente).
E já que adentramos no universo literário, outra coisa me ocorreu. No Brasil, nós assistimos filmes sobre mafiosos made in USA e ficamos impressionados. Ainda não nos demos conta de que os mafiosos gringos são apenas aprendizes numa arte que tem sido cinicamente refinada há séculos no Brasil?
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Advogado, Osasco, SP