Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Bangladesh rejeita ‘título’ de país asiático mais perigoso

Uma semana após o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) ter dito que Bangladesh é o país asiático mais violento para jornalistas, a mídia local pediu a proteção do governo para exercer sua profissão com segurança. O governo, por sua vez, disse que o relatório do CPJ é enganoso, pois tirou conclusões sem reunir dados de repressão à mídia de todos os países da Ásia.

A publicidade, porém, parece ter tido efeito imediato. Segundo reportagem de Sharier Khan [OneWorld, 8/3/04], as autoridades pediram que a polícia e os administradores regionais garantissem segurança especial para jornalistas. O CPJ relembrou que a polícia deve reconhecer o direito de um jornalista cobrir manifestações públicas com segurança, e pediu investigações de casos de linchamento de jornalistas que cobriam uma manifestação na Universidade de Dhaka, em 3/3. Os manifestantes protestavam contra o ataque ao escritor Humayun Azad.

‘Esperamos que o governo tome medidas para garantir a segurança de jornalistas’, afirmou Iqbal Sobhan Chowdhury, presidente da facção pró-oposição do Sindicato Federal de Jornalistas de Bangladesh. ‘Do contrário, Bangladesh continuará sendo o país asiático mais violento para a imprensa e a situação só tende a piorar’. De sua parte, o governo garante que tentará resolver todos os casos de repressão ou assassinato envolvendo pessoas da mídia o mais rápido possível, mas afirma que as decisões da justiça estão além da jurisdição do poder executivo.

Em mórbida porém necessária contabilidade, o CPJ disse que desde 1997 pelo menos sete jornalistas foram mortos e dezenas foram atacados ou ameaçados em Bangladesh. Em fevereiro deste ano, três jornalistas sofreram violências, um foi preso, 37 foram ameaçados e 13 foram envolvidos em diferentes tipos de caso.