Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Beligerâncias carnavalescas

Estão de volta às manchetes as intermináveis, porém expressivas, ações de combate ao terrorismo, mais precisamente no Afeganistão, contra o regime do Talibã, que insiste em resistir à invasão norte-americana conjuntamente a seus aliados. Desta vez, a investida concebida no sábado (13/02) na cidade de Majah contou com a participação de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Otan, as quais, até então, não tinham maior notoriedade no cenário bélico.

Ao que parece, mesmo caracterizando um episódio que possua estreita correlação com um passado – interprete-se esse vocábulo no sentido de transcorridos alguns anos – sombrio, transmitido pela coronelista Era Bush, tal evento está cada vez mais presente no futuro dos telespectadores, demonstrando uma das intermináveis formas de alienação com que uma minoria de governos capitalistas do Ocidente não cansa de perpetrar. Com efeito, fazer guerra consolidou-se como uma marca do governo ianque ao longo de sua história.

Enquanto as populações de tais nações comemoram, ainda que não seja a tônica nos Estados Unidos da América e na Europa, as mais badaladas folias carnavalescas, determinados segmentos da mídia internacional especializada – e até mesmo um dos mais expressivos telejornais brasileiros – voltaram a apontar a fragilidade com a qual o mundo ainda vive sob essa lastimável empreitada ‘antiterrorista’ que insiste em perdurar até os dias atuais. Não se discute o mérito de agir ou não a respeito de grupos paramilitares ou governos absolutistas: discute-se, sim, a maneira adotada de se resolver conflitos em um século em que vige a plenitude dos direitos sociais e políticos.

Vida é para ser vivida

Esse apontamento pela mídia (oportuno, diga-se de passagem), é substancialmente contrastante com os aludidos festejos citados no parágrafo precedente em determinadas localidades do globo terrestre, porquanto certos cidadãos de países tidos como defensores da ordem mundial encontram-se, na maior parte de suas vidas, engajados a combater indivíduos rotulados como inimigos da humanidade, e outros, também na mesma proporção descrita de suas vidas, à frente de belas mulheres e movidos pelas sedutoras melodias do samba.

Entre reflexões e contradições, o que vale mesmo é agir com parcimônia num ambiente em que tudo gravita em torno de interesses pessoais. Afinal de contas, a vida é para ser vivida. Só depende de que maneira se almeja vivê-la.

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Administrador de Empresas, João Pessoa, PB