Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Bloomberg vai às compras

A Bloomberg está planejando o maior negócio de seus 30 anos de existência, depois de fechar uma proposta de US$ 990 milhões pela BNA, a companhia de informações reguladoras, tributárias e legais controlada pelos próprios funcionários, fundada em 1929 como o Bureau of National Affairs.

O grupo provedor de dados financeiros está pagando um valor que representa três vezes a receita obtida pela BNA em 2010, de US$ 331 milhões, depois de um processo de venda que despertou o interesse de outros grupos como a Thomson Reuters e a Reed Elsevier.

A aquisição dará um peso significativo aos esforços da Bloomberg para entrar nos mercados de informações reguladoras e legais com a BloomberLaw, onde ela precisa de mais conteúdo para competir com a Westlaw da Thomson Reuters e a Lexis Nexis da Reed Elsevier.

A BNA, com um assento no salão de conferências de imprensa da Casa Branca, reforçará o Bloomberg Government, um serviço de dados voltados para lobistas e legisladores de Washington. A aquisição da maior editora independente do setor depende da aprovação reguladora do Departamento de Justiça e da Federal Trade Commission.

Há muito sindicalizada, a BNA afirma em seu site na internet que os acordos coletivos negociados pelo Washington-Baltimore Newspaper Guild dão aos funcionários da BNA “um conjunto de benefícios raramente encontrado em uma companhia de seu tamanho”. A Bloomberg pretende honrar os acordos, sendo que o negócio poderá acrescentar um braço sindicalizado a uma companhia que há muito resiste às tentativas de organizar sua redação. Ela não prevê demissões, mas espera uma “consolidação gradual e modesta” através de desgaste natural.

Duas pessoas a par do processo de venda disseram ontem que a Bloomberg está pagando 13 vezes os lucros da BNA em 2010 antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida). A Bloomberg, controlada majoritariamente pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que sua oferta em dinheiro, de US$ 39,50 por ação, representa uma avaliação importante.

A oferta representa cerca de US$ 675 mil para cada um dos 1.465 funcionários proprietários da BNA. A Bloomberg não forneceu detalhes sobre a estrutura de controle da BNA, que inclui ex-funcionários.

O negócio é muito maior que as aquisições feitas em 2009 pela Bloomberg, da Businessweek e da New Energy Finance, cujos valores não foram revelados. Sabe-se que ela comprou a Businessweek por menos de US$ 5 milhões, mais a transferência de dívidas. No ano passado, a Bloomberg disse que novas grandes aquisições seriam uma exceção.

“Acreditamos que isso é o começo de um novo dia, em que uniremos forças com a Bloomberg para ampliar nosso conteúdo complementar e nosso público”, disse Paul Wojcik, presidente-executivo e presidente do conselho de administração da BNA.

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[Andrew Edgecliffe-Johnsoné do Financial Times, em Londres]