Superficialidade e sensacionalismo são o que temos nos jornais deste século. O que mais importa é o lucro da emissora em cima de determinada notícia. Atualmente, o bem público e o bem-estar comum é o que menos importa. É certo que as notícias de tragédia são relevantes para se construir a nossa sociedade contemporânea; no entanto, não é o único fato ocorrente nas 24 horas que constituem o dia.
A própria construção do jornal nos remete a ver o que, de fato, tem mais significância para os grandes empresários. Na escalada do jornal temos no topo das notícias alguma violência que tenha ocorrido que, dependendo de sua ‘importância’ para a sociedade, pode ficar durante semanas no ar. Este foi o caso de Isabella Nardoni, do vôo da Air France e da morte do rei do pop Michael Jackson, entre tantas outras matérias que se estenderam após a fundação do capitalismo no país, quebrando a etapa do jornalismo social, que dava enfoque aos direitos sociais – também conhecido como primeiro jornalismo.
A era do jornalismo comercial ficaria pior com a terceira fase, a dos monopólios, em que a informação ficava detida nas mãos de pequenos grupos de comunicação, os quais tinham grandes números de concessões públicas, diga-se de passagem. Assis Chateaubriand era dono da rede Diários Associados que tinha ao todo 36 jornais, 18 revistas, 36 rádios e 18 emissoras de televisão. Foi este grupo que fundou a primeira televisão do Brasil, a TV Tupi, que chegou a seu fim por conta de problemas financeiros, de uma má administração e inúmeros salários atrasados.
Símbolo de credibilidade
Foi a Tupi que lançou os mais famosos programas do rádio para TV, tais como radionovelas e programas de auditório, pois Chatô percebeu que a imagem seria um atrativo para que os telespectadores preferissem a TV. De fato, ele estava certo. Por conta disso, o rádio teve que se contentar com programas esportivos, os ‘sensacionais’ programas policiais, tal como a Patrulha da Cidade (rádio Tupi), entre outros. Além do Repórter Esso, que mais tarde seria transferido para o mesmo grupo que fundara o período televisivo no país.
Repórter Esso foi o primeiro noticiário de radiojornalismo do Brasil que não se limitava a ler as notícias recortadas dos jornais – gilete press –, pois as matérias eram enviadas por uma agência internacional de notícias sob o controle dos Estados Unidos da América. Junto com o quadro, também foram transferidos para a televisão os apresentadores Gontijo Teodoro, Luís Jatobá e Heron Domingues. Como já é perceptível, esse programa jornalístico era patrocinado pela companhia de petróleo norte-americana Esso.
Atualmente, para a grande maioria da comunidade, o jornal símbolo de credibilidade seria o Jornal Nacional, apresentado pelo casal Wiliam Bonner e Fátima Bernardes. Há controvérsias, não pelos apresentadores, mas pela linha editorial que seguem.
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Assessora e jornalista