Nenhum comentário do OI, da imprensa, sobre a falaciosa ‘campanha educativa’ da fabricante de cigarros Philip Morris International sob o título ‘O consumo de cigarro entre jovens é um problema’. Tive a preocupação de verificar no sítio da empresa e constatei que ela faz o mesmo tipo de campanha, usando os mesmos argumentos, personagens e linha editorial para diversos países da América Latina, do Caribe e da Ásia.
Basta a leitura do segundo parágrafo do anúncio – sem qualquer indicação de que seja uma peça publicitária, publicada em jornais e revistas – para perceber que tenta induzir o leitor a um julgamento, digamos, benevolente da multinacional. ‘Sabemos que pode ser difícil acreditar que um fabricante de cigarros tenha essa opinião (a do título do anúncio…) Afinal, muita gente acredita que, se os jovens não fumarem, nosso negócio poderá acabar desaparecendo. Mas a grande maioria dos fumantes adultos do mundo não fuma as nossas marcas, o que nos abre inúmeras oportunidades de crescimento. (sic)’
Sítio da empresa:
José Maria Silveira de Góis, arquivista
REFORMA UNIVERSITÁRIA
Por que começar de cima?
Curso o segundo período da Faculdade de Jornalismo na Universidade Federal de Sergipe. Estava lendo algumas matérias a respeito da reforma universitária que o governo pretende realizar. Tenho algumas questões a levantar. Primeiro, por que o governo quer começar a reforma do sistema educacional por cima, ou seja, por que não começar pela educação de base, os ensinos fundamental e médio? Segundo, por que dar tanta importância à questão das cotas? Os negros não têm acesso às universidades não por serem negros, mas por constituírem a maioria da parcela mais pobre da população, e a esta parcela é negado o direito a um ensino público de qualidade. Estamos inseridos numa cultura em que não importa se o indivíduo é negro ou branco, se tem olhos azuis ou cabelos crespos, o que importa é que o sujeito tenha dinheiro. Por acreditar nessa tese é que não entendo o que o governo está querendo fazer com nossas universidades públicas.
O que mais me deixa indignada é que o ensino superior particular está se proliferando. Há algumas décadas tínhamos um ensino público de qualidade, mas com a proliferação do ensino particular o governo foi se isentando de tal responsabilidade. Hoje, parece que a situação está se repetindo, só que com o ensino superior. O que parece é que o governo está querendo limitar o ensino a um grupo bem seleto de pessoas.