Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Censura no Programa do Jô

No dia 30 de abril, o humorista e apresentador Jô Soares entrevistou a deputada Jandira Feghali em seu talk show. Jô a inquiriu a respeito de um projeto de lei que visa a produção e difusão das culturas regionais nas TVs, tanto nos canais abertos quanto em canais comunitários. O projeto, bastante louvável só pela atitude, recebeu de Jô a denominação de ‘medida autoritária’, já que para ele a difusão da cultura regional nas TVs abertas ocorre naturalmente. É difícil entender o modo como ele chegou a essa conclusão já que os fatos comprovam o contrário, mas sigamos. A atitude do platéia foi surpreendente: aplaudiram a atitude de Jandira quando esta falou da importância dessa difusão, deixando Jô em situação constrangedora. No dia seguinte, entrei no site do programa, no portal globo.com, para rever a entrevista. A entrevista não estava lá, ainda que seja praxe do programa colocar todas as entrevistas do programa no portal. Inclusive, estavam disponíveis todas as entrevistas daquele dia. Mandei um e-mail para o programa do Jô, mas a resposta foi evasiva. Até hoje não recebi qualquer outro e-mail que me explicasse o ocorrido. A entrevista continua indisponível. Fica difícil que a emissora sustente seu discurso contra a censura quando a mesma comete justamente o erro que aponta nos outros.

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Gostaria de saber se o jornal Expresso do Rio de Janeiro está de forma legal no mercado. O português escrito nesse veículo de comunicação é terrível. Eu, como professora de geografia, fico assustada e acho que tira toda a credibilidade dos profissionais da área de jornalismo que lutaram tanto para ter seu espaço na sociedade brasileira e lutam até hoje. (Aline Bezerra, professora, Rio de Janeiro, RJ)

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Prezado Dines, congratulo-me consigo pelo sucesso do programa. No afã de sugerir um tópico para a programação, listo algumas considerações acerca da TV aberta no Brasil, assunto este que entendo ter sido pouco comentado: 1ª) ‘sumiço de programas’: a programação é alterada sem aviso prévio (desrespeito ao público); 2ª) filmes e outros programas são excessivamente repetidos; quanto aos primeiros, por que não são exibidos filmes de grandes diretores? 3ª) reserva de mercado: as grandes empresas de TV estrangeiras não obtêm concessões para operar neste país; bancos, indústrias e empresas telefônicas de outros países aqui estão; 4ª) ideologia evangélica: excesso de horas de programação para um público específico, sem agregar cultura nem educação; para a doutrinação, bastam os templos… 5ª) programas musicais com muita conversa e pouca música; 6ª) novelas e filmes com violência explícita (sangue, membros decepados, tortura); enquanto isto, as cenas de nudez são censuradas; ou se censura tudo ou não se censura nada; 7ª) falta de documentários focalizando assuntos históricos importantes ou esclarecendo fatos pouco estudados pela história oficial. O assunto em questão será melhor debatido se contar com a presença de representantes das emissoras, autoridades governamentais da área e estudiosos da TV em geral. Grato! (Luiz Ricardo Mattos, bancário aposentado, São Paulo, SP)

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A imprensa é fundamental para o pais pois sem ela não saberemos de nada. Seremos como cegos ou analfabetos ou dementes resta a ética prevalecer e a verdade aparecer. Um abraço. (Deusdete Ramos, sommelier, Rio de Janeiro, RJ)

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A propósito de uma enquete no site do Observatório, que discorria sobre a importância da crítica da mídia para a consolidação da democracia e que respondi, na enquete, sim, que é importante a crítica da mídia. Contudo, gostaria de fazer uma ressava. Ao fazer aniversário de dez anos, o Observatório deveria fazer uma auto-avaliação, e dizer que, tão importante quanto a crítica da mídia, é a crítica da crítica. Devemos avaliar se nós entendemos os papéis que o jornalismo, como um todo, tem tomado. Talvez, hipótese minha, a velha Teoria do Espelho, a de que o jornalismo reflete a realidade, é absurda para os padrões atuais. Enfim, o jornalismo talvez seja, também, uma forma de ficção, como diz o professor Silvio Mieli. Talvez fosse a hora de avaliarmos o jornalismo e propormos um novo modelo, com novos paradigmas, para não ficarmos impregnados no velho dicurso de ética e comprimisso com a verdade, que parece cópia dos discursos da grande mídia. Afora isso, congratulo o Observatório pelo aniversário ressaltando que, talvez, fosse a hora de discutir o próprio e o jornalismo. Abraços. (Luiz Henrique Mendes, estudante de jornalismo, Embu-Guaçu, SP)

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Ler o Observatório da Imprensa é ler o Brasil conjunto, ‘em partes o todo’ ou ‘o todo em partes’. Considero o Observatório da Imprensa o palco vivo das discussões da mídia brasileira, que tem suas falhas, assim como qualquer instituição. O poder de debate do Observatório é tão forte, tão coerente, que a mídia tem melhorado muito com a presença do OI, este filtro democrático da mídia brasileira e responsável, a meu ver, por uma mídia investigativa, séria, e, o que é melhor, em constante aprimoramento. Participar do Observatório da Imprensa é ser um pedacinho do espírito livre e democrático que permeia a alma do brasileiro. Os 10 anos do Observatório da Imprensa nos dão a certeza plena de que neste tempo o Brasil, na suas páginas, sempre foi tratado com um país sério, que dá certo, um país onde a democracia é o imperativo e ‘motor primeiro’ para o cotidiano do povo brasileiro.

A Mídia

Mundo maravilhoso
Formadora de opinião
Fonte de informação
Porta voz do povo

O seu erro é perdoado
Por que não teve intenção ?
Força viva da nação
Um fato interpretado

Liberdade de expressão
Da heterogenia social
A paisagem integral
Do mundo em evolução

Do povo soberano
O Estado de direito
Prefiro o defeito
A mordaça do tirano

Alimento da liberdade
Força da democracia
Tem poder e magia
É liga da sociedade

Mídia, povo e estado
Integração e harmonia
Luz de sintonia
A Beleza do separado
A junção do untado
Luz da democracia !

(Luiz Domingos de Luna, professor, Aurora, Ceará)

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jornalista e estudante, Rio de Janeiro, RJ