Tive a oportunidade de estagiar por dois anos na Rádio Senado, e pude acompanhar de perto uma série de crises a partir de 2008, pouco depois da saída de Renan Calheiros da presidência, assumida pelo senador Garibadi Alves. De nepotismo, funcionários fantasmas e atos secretos a sungas vermelhas do super homem. Um fator me intrigou: a preponderância de escândalos e a superficialidade na cobertura jornalística no Congresso.
De fato, a imprensa não pode deixar de mostrar as mazelas e procurar descobrir falcatruas de nossos representantes. A proposta do trabalho não foi passar uma ideia fantasiosa ou romântica de política, nem defender A ou B. Mas analisar como e por que a cobertura política está tão amarrada a escândalos políticos.
O impacto da mídia na vida da população é impressionante. A veiculação diária de escândalos tem contribuído para a formação política do brasileiro? Esta é uma função dos veículos de comunicação? Estas e outras perguntas foram apresentadas e debatidas neste programa com jornalistas e pesquisadores, como Leandro Fortes, da Carta Capital, Rinaldo de Oliverira e Sérgio Galdino, da Band, Paulo Henrique Amorim, da Record, Leandro Colon, do Estadão, professor Salomão Amorim, professor Luis Santoro, da USP, e pela professora e coordenadora de política da UNB, Marilde Loiola.
O pano de fundo para esta análise foi a crise política no Senado Federal em 2009, desencadeada após a eleição do senador José Sarney à presidência da Casa. O trabalho foi apresentado em dezembro de 2009 no Instituto de ensino superior de Brasília – IESB, e eu acredito que contribui para ampliar o debate sobre os escândalos políticos e a espetacularização das notícias, principalmente nesta época de eleições, e seria gratificante compartilhar isso no Observatório.
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Jornalista, Brasília, DF