Quando Matt Beynon Rees deixou seu cargo de chefe de redação da sucursal da revista Time em Jerusalém, há alguns anos, tinha poucas opções para sua carreira: ou encontrava outro emprego em jornalismo ou seguia seu sonho de ser escritor. A escolha não foi difícil. Como muitos profissionais de imprensa, Rees estava desiludido com a crise e os cortes de empregos e gastos no setor. ‘O papel dos correspondentes internacionais foi atingido em cheio quando os lucros publicitários passaram a cair’, diz, lembrando que muitas empresas passaram a eliminar sucursais internacionais para conter custos.
O jornalista, que havia se mudado de Nova York para Israel em 1996, após sair da Bloomberg News, lançou no começo deste mês o livro A Grave in Gaza, pela Soho Press. É a segunda publicação de uma série de romances que contam a saga do personagem Omar Yussef. A mudança de carreira ratifica o fato de que o cargo de correspondente estrangeiro está em declínio. De acordo com artigo publicado no Washington Post, de 2002 a 2006, o número de correspondentes de jornais no exterior caiu de 188 para 141.
Com esta diminuição, quem perde é o público, privado de informações. ‘Sentimos falta da compreensão de mundo’, desabafa Rees. ‘Sei, ao conversar com amigos que são correspondentes no Oriente Médio, que o custo é imenso no Iraque, pois eles têm de ter toda uma infra-estrutura lá – carros blindados, guarda-costas e Deus sabe o que mais’. O ex-correspondente sugere que as organizações de mídia usem os recursos financeiros de forma mais eficiente no exterior. ‘Os correspondentes podem trabalhar de casa e não têm de ficar nos hotéis mais caros’, exemplifica. Informações de Jon Friedman [MarketWatch, 20/2/08].