Organizações de defesa da liberdade da imprensa criticaram as autoridades ucranianas pela falta de progresso na investigação do assassinato do jornalista Georgiy Gongadze, há sete anos. Ele foi seqüestrado e seu corpo foi encontrado em uma floresta nos arredores de Kiev, em 2000. O jornalista foi agredido, estrangulado e teve seu corpo queimado. Sua cabeça até hoje não foi achada.
Três ex-policiais foram a julgamento suspeitos de envolvimento no assassinato. ‘A grande questão hoje é: houve uma campanha planejada para obstrução policial? Acreditamos que sim’, opina Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional de Jornalistas.
A morte do jornalista despertou meses de protesto, depois que Mykola Melnychenko, ex-guarda-costas do então presidente Leonid Kuchma, divulgou gravações nas quais vozes que pareciam a de Kuchma e de seus aliados conspiravam contra Gongadze. O ex-guarda-costas foi para os EUA em 2000, onde ganhou asilo político, mas retornou à Ucrânia para testemunhar. O jornalista havia escrito matérias denunciando corrupção no governo de Kuchma.
Promessa não cumprida
Após assumir o governo, no fim de 2004, o presidente Viktor Yushchenko prometeu que a resolução do caso seria prioridade, mas até hoje ninguém foi condenado. Yushchenko foi criticado por organizações de defesa da liberdade de expressão por ter condecorado o ex-procurador-geral russo Mykhailo Potebenko com a medalha estadual. Gongadze apelou para Potebenko pouco antes de morrer, quando percebeu que estava sendo seguido, mas o procurador ignorou seu pedido de ajuda. Informações da AP [12/9/07].