Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Crítica à imprensa brasileira

É impressionante como grande parte da imprensa brasileira, senão a maioria esmagadora, vem a todo o momento perseguindo as Polícias militar, civil e federal. Toda vez que ocorre algum fato trágico e/ou de impacto, logo querem culpar a polícia por tudo. ‘A polícia é mal armada’, ‘é despreparada’, ‘não sabe negociar’, ‘só tem corrupto’, ‘mais um inocente é morto pela policia’ e outras frases do gênero chovem nas inúmeras reportagens com a finalidade única de diminuir e desmoralizar a importância de atuação da polícia numa sociedade onde a violência cresce de forma alarmante.

Digam-me vocês, que detêm os meios de comunicação e que por muitas vezes tomam uma postura de donos da verdade absoluta do mundo, alguma vez já viram comunidades carentes fazerem comemoração porque a polícia matou algum ‘dono de boca de fumo’? Eles só podem fazer protesto, caso contrário os demais integrantes da quadrilha que manda no tráfico da comunidade começa a persegui-los e no ‘pacote’ do protesto está incluído dizer que o morto era inocente, trabalhador e que polícia chegou atirando nos inocentes… Será que vocês não sabiam disso?

Quem entende de futebol são vocês

Como vocês querem que a polícia seja preparada para agir em casos de seqüestro do tipo do ocorrido em Santo André com Eloá? A cabeça de cada pessoa é um universo único. Não existe fórmula perfeita para negociar com pessoas em situação de extremo estresse, pois o que me sensibiliza não é o mesmo que sensibiliza vocês e o que é atrativo para mim pode não ser atrativo para vocês, da mesma forma um seqüestrador quer uma coisa – e no caso citado não sabia nem o que queria. E com um bando de criticadores de plantão fica mais difícil ainda tomar uma decisão.

Vocês, da imprensa, são especialistas em fórmulas prontas para fatos consumados. Basta acontecer algo que vocês aparecem com um milhão de formas e fórmulas corretas de se fazer isso ou aquilo, aparecem quinhentos mil especialistas para apontar erros. Mas por que no momento do acontecimento ninguém fez ou falou nada? Depois que Eloá faleceu, aparecem esses especialistas ‘geniais’ para dizer que a polícia falhou neste ou naquele ponto. Será que, durante as 100 horas, não deu para algum deles ensinar à polícia a fórmula mágica de como negociar com um seqüestrador, invadir o apartamento e salvar as duas reféns? Falar depois do acontecimento consumado é fácil. Criticar o técnico de um time ou seleção por ter escalado um jogador ou feito uma substituição ao invés da que vocês julgam ser a mais correta depois do jogo finalizado é mais fácil ainda. Afinal, quem entende de futebol são vocês e os técnicos não sabem nem chutar uma bola, certo?

Não cabem especulações

Vocês deveriam criticar mais um órgão chamado de ‘Direitos Humanos’, pois ele é o culpado de ladrão, seqüestrador, traficante, assassino, assaltante de banco, estuprador e similares estarem cheios de direitos após cometerem seus crimes. E vocês, da imprensa, dão a maior força ao pessoal dos Direitos Humanos, não é mesmo?

Na minha ‘ignorante’ opinião, só deveria ter direito quem anda e tem comportamento direito/correto. Vocês deveriam entender que se a polícia teve a infelicidade de acidentalmente matar um inocente, a maior parcela de culpa não é da polícia, pois a polícia não fica dando tiro à toa na multidão. Se atirou é porque estava em perseguição a algum meliante, tentando se salvar ou salvar um inocente.

Portanto, não cabe ficar fazendo especulação sobre se foi Lindemberg que matou Eloá ou se foi um disparo feito pela polícia, pois se não fosse o seqüestro não haveria necessidade da intervenção da polícia, portanto a culpa é do meliante.

Na vida real não tem replay

Da mesma forma que muita gente morre de bala perdida no meio de tiroteio e se atribui isso exclusivamente a polícia. Vocês queriam o que, que a polícia desse a outra face do rosto para o bandido atirar? Somente Gandhi foi capaz de vencer uma guerra sem armas e somente Cristo deu a outra face do rosto para levar outro tapa.

Para a polícia conseguir nos proteger, ou pelo menos tentar fazer isso, ela precisa primeiro se manter viva. Já ouviram falar em instinto de sobrevivência? Se para você sobreviver for necessário matar, você fará o quê? Mataria ou morreria porque Deus deu a vida e, portanto, só ele pode tirar? Vocês, eu não sei, mas qualquer pessoa normal que quer conservar sua vida faria tudo ao seu alcance para isso, inclusive matar.

Por que não conseguem outros quinhentos mil especialistas com fórmulas mágicas para trazer a paz mundial? Ou para escrever best sellersComo negociar com seqüestradores, Os dez mandamentos da polícia super-eficiente, 100 dicas de como invadir uma favela com pleno êxito, Como combater o tráfico – Volumes 1, 2, 3 e 4; Como prevenir ataques terroristas e No rumo certo – Bala-perdida nunca mais.

O máximo que se pode fazer é analisar fatos passados e traçar linhas de atuação caso essas situações de violência venham a se repetir. Mesmo assim, não se pode prever o desenrolar e o desfecho de nenhuma ação porque na vida real não tem replay e nem segunda chance.

Criticar na TV, rádio, revista e jornal é fácil, não é?

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Bacharel em administração, Salvador, BA