Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Da guerra à paz

Depois do 11 de setembro, depois da guerra, a paz. Peace Village, Catskill Mountains, estado de Nova York, EUA. A duas horas de trem da cidade de Nova York. A jornalista norte-americana Judy Rogers, a mestre Yoda da comunicação, nos recepciona, com seus olhos arredondados e sábios de coruja, incrivelmente azuis. Engraçado como quem enxerga sempre demais parece nunca enxergar nada. Judy flexiona as pálpebras continuamente, como quem se esforça para poder ver. Não foi a primeira vez que experimentei isso. No primeiro encontro com a repórter e escritora Eliane Brum, tive a mesma impressão e acreditei que ela fosse mesmo cega, uma vez que seus olhos fossem tão miudinhos e tímidos. Coisa para quem enxerga demais e, para mim, paixão à primeira vista.

A Peace Village, complexo localizado no regaço das Catskill Mountains, em meio àquele verde-clarinho característico da vegetação dos desenhos do Zé Colmeia, com árvores espaçadas umas das outras, por onde a gente vai atravessando, com muitas cascatas, é gerida por gente da Brahma Kumaris. A instituição, nascida na Índia, foi originalmente fundada por um rico comerciante de pedras preciosas, que, lá pelas bandas dos seus 60 anos, decidiu destinar sua fortuna à lapidação dos diamantes do espírito. Ficou mundialmente famoso como Brahma Baba. As cartas escritas por ele são o fundamento da filosofia da casa, baseada em dedicada meditação, alimentação vegetariana e crença de que a alma é eterna.

Cuidando mais da média do que da mídia

Logo à chegada, no fim da tarde de quinta-feira, 15 de setembro, descubro que há outros brasileiros para o Encontro Mundial Imagens & Vozes da Esperança 2011 (Images & Voices of Hope World Summit 2011), motivo de minha viagem e que começa ainda esta noite. O IVOH é uma organização internacional lançada por Judy Rogers, a nossa Yoda, mais ou menos uma década atrás. O objetivo original, e final, é disseminar formas mais generosas, relevantes e positivas de uso da mídia. Isso porque é possível dar um pontapé inicial em mudanças fundas de consciência na sociedade por meio das histórias que contamos, da forma como as contamos. Mas eu falava dos brasileiros: estão aqui a publicitária Christina Carvalho Pinto, a comunicadora Paula Márcia Fabiano, a jornalista Vanessa Ruiz e mais dois brasileiros que vivem em Nova York e atuam voluntariamente na Brahma Kumaris: Samuel Leal, que é funcionário da ONU (Organização das Nações Unidas), em missões de paz e em despachos internos; e Luciana Rossi, vinculada mais diretamente à Brahma Kumaris. Samuel, natural do Rio de Janeiro, logo virou Samuca, a informalidade brasileira a postos, e trabalhará com Luciana como intérprete nos nossos muitos momentos agudos de crise linguística. Ah, e ia me esquecendo, como podia?, de meu companheiro de quarto: Paulo Castro, diretor-geral do portal Terra. Duas camas largas de casal para nos esparramarmos. Cada um na sua, bem entendido.

Numa conversa inicial, noto semelhanças no que buscamos. Paula, moça de gestos suaves e comedidos, de olhos negros e doces e palavras de travesseiro, vem de uma sequência de maus empregos. Está triste e procura, aqui, reencontrar a si mesma, fortalecer-se, um pouco de orientação e inspiração para o futuro. Sonha com um emprego que faça jus ao seu modo bondoso e generoso de agir no mundo. Natural de Belo Horizonte, é atuante no IVE, Imagens & Vozes de Esperança, como o IVOH é conhecido no Brasil. E também já é veterana de meditação.

Vanessa, de São Paulo, também não está lá muito contente com sua função atual. Jornalista que optou pela cobertura esportiva, sonha com longas pautas, com conteúdo feito como se deve, com tempo, com dedicação. Nós, que estamos nessa faz muitos anos, sabemos do que ela se queixa. Queremos fazer jornalismo belo e transformador e descobrimos que andamos cuidando mais da média do que da mídia. Mas não desistimos, não é, Vanessa? A moça esguia, de óculos agateados, não é que foi namorada de um bom conhecido meu no Brasil? Tiny world.

Perguntas para revirar as tripas da alma

Mesmo Christina Carvalho Pinto, uma empresária da comunicação muito bem-sucedida, artífice de um grupo consolidado no Brasil, o Grupo Full Jazz, também confessa sua crise. Questiona-se se, de fato, tem feito o que se pede dela, se tem sido suficiente a sua luta por um mundo mais sustentável, por uma comunicação publicitária justa e honesta, que fortaleça o ser humano, e não o seu oposto. Ela acordará à noite, durante o encontro, em fundo desespero, e receberá ajuda pronta, bem na hora. A sincronicidade começa a trabalhar por todos, no local. Os mais crédulos dirão que é a mão de Deus, de Brahma, se estendendo sobre todos generosamente, amparando do fundo do abismo, transformando o que parecia abismo num novo céu. Há algo movimentando fundo dentro de cada um de nós, posso sentir. Rio-corrente.

De mim, devo confessar que estou fundamente surpreso com tudo, maravilhado, jamais pude pensar que chegaria até aqui. Estou realmente contente e muito emocionado. O rio que corre em meus olhos está na cheia e transborda com facilidade. Algumas questões, uma em particular, contudo, emergirão, e vou me encorajando com o passar das horas, ganhando força para olhá-las com firmeza e generosidade. Ainda sofro por um amor que acabou. E vou revendo cenas desse amor, desde o início, durante as atividades do congresso. Desde o abraço que durou horas e horas numa esquina de São Paulo. Naquela noite, creia-me, o tempo parara. Só havia mesmo eu e ela. É o que acontece quando duas pessoas descobrem a si no mundo, como puderam estar tão distantes, por tanto tempo? Como puderam chegar a um estado tal de animosidade e descompasso? Para o fim do amor há múltiplas explicações plausíveis e corretas, mas nenhuma satisfatória.

No saguão principal da Peace Village, uma área ampla, com largas janelas translúcidas que dão para o jardim, com cerca de cem poltronas e carpete vermelho, Judy lança a questão: “Qual é o impacto da mídia na sociedade? Qual a conexão entre a mídia e nós? Quem somos nós?” Perguntas para revirar as tripas da alma, ao longo dos próximos quatro dias.

A distinção entre ciência e consciência

A recomendação era para que não levássemos nem bebidas alcoólicas nem cigarros, mas vou lá nos fundos do alojamento baforar escondido dois cigarros, no fim das atividades, sob o céu multiestrelado; faltam apenas mais dois para o maço acabar, ai, ai. Durmo e tenho uma noite agitada, de sonhos bizarros.

Depois do café da manhã no refeitório, um café vegetariano, como serão todas as outras refeições na Peace Village, todas preparadas com o sincero propósito de consumirmos pratos de amor, o IVOH tem sua abertura efetiva. O filósofo, escritor e professor Mark Nepo comanda o painel “Como sabemos o que sabemos?”. Mark é autor de muitos livros para inspirar transformações na gente, com direito à lista dos mais vendidos do The New York Times. E suas palavras me tocam fundo, embora capte metade ou menos do seu significado – my poor English. Mark explica que não é possível evitarmos a dor, como não podemos evitar o vento, ou o frio. Convida a “acender fogueiras na chuva”. “O paradoxo não pode ser apreendido pela mente, apenas pode ser acolhido pelo coração.” A força das metáforas, dos paradoxos de Mark vão me levando a uma viagem cada vez mais profunda em mim, e eu me pego muitas vezes chovendo. Topo a parada de acender fogueiras na chuva, claro que sim, não posso temer a dor, afinal, é uma parte que existe em mim, concretamente, e devo amá-la igualmente. E aquele amor volta a me doer fundo, com veemência; mas, eis que de repente, uma fagulha, uma chama resiste à forte chuva, ao furacão que passou por aqui faz poucos dias e arrancou a ponte, mas não impediu que atravessássemos para o lado de lá do rio. Mark pede que escrevamos uma pequena história que retrate algo doloroso. E lá vou eu, firme na corredeira, sob a chuva, soprando fogueiras. Todos os encontros com Mark, ao longo dos dias, serão sempre finalizados com a solicitação de que contemos pequenas histórias, inspirados por suas palavras. Uma bem legal foi “O Trabalho da Lagarta”, com as peripécias do inseto que recebeu de Deus a tarefa de manter a Terra unida e, diligente e lentamente, percorreu toda a extensão do planeta entrelaçando seu fino fio. E foi recompensada pelo trabalho tão maravilhoso não com a eternidade, posto que não a queria, mas com uma nova forma, a de borboleta. O poeta também nos ensina a distinção entre ciência e consciência: a primeira é saber; a segunda, saber bem.

O cotidiano das iraquianas durante a guerra

Com o desenrolar das discussões, com os depoimentos de jornalistas, escritores, publicitários, músicos, gente da comunicação e da arte de diversas partes do mundo, entendo que compartilhamos sonhos e angústias parecidos. Que contabilizamos muitos ganhos e muitas perdas. E não estamos sozinhos. Christina Carvalho Pinto definirá nossa turma, com bom humor: “Estamos numa seção de Achados e Perdidos. Tu me conta o que tu perdeu, que eu te conto o que eu achei e a gente se ajuda”. Sim, somos sobreviventes, sofremos um bom bocado, certamente uns mais do que outros, mas jamais abandonamos o bom humor e a esperança em tempos melhores. Somos corajosos e dedicados e nunca deixamos de lutar. Sonali Samarasinghe, jornalista do Sri Lanka, é um exemplo bem vívido. Perdeu o marido também jornalista apenas seis meses depois de casados. Perseguição política dos donos do poder, assassinato, mas não desistiu de lutar por justiça e liberdade. Ela pede, com uma voz tímida, a timidez tão característica dos corajosos: “A comunidade internacional precisa saber o que tem acontecido no meu país”. A vida é mais forte, a ânsia de fazer valer o nosso tempo na Terra clama.

A repórter fotográfica Kael Alford, por exemplo, escolheu observar a guerra empreendida pelos Estados Unidos da ótica da gente inocente. Então, viveu por muitos meses no Iraque, em 2003 e 2004, acompanhando o dia a dia de civis iraquianos durante a guerra para derrubar Saddam Hussein, sob o pretexto (falso, como se viu) da existência de armas químicas de extermínio em massa. Desse ponto de vista, surgiu a indignação, a impotência, a força de quem não havia escolhido a violência e a morte como caminho, e sobrevivia. Kael também retratou o cotidiano das iraquianas durante a guerra e mostrou quão belas e bravas eram, num ambiente de circulação muito restrito a mulheres. A fotógrafa rejeita o rótulo de corajosa. Corajosos, ela sabe, são os personagens, os protagonistas das histórias.

Acontecimentos mágicos e misteriosos

Sherry Turkle, professora e diretora do Iniciativa MIT (Massachusetts Institute of Technology) sobre Tecnologia e o Eu, compartilhou sua angústia com a relação do ser humano com a tecnologia. Inicialmente uma entusiasta das novas mídias e aparelhos eletrônicos, ela nota, hoje, que o relacionamento entre as pessoas está ameaçado. Sherry escreveu um livro a respeito, reunindo quinze anos de experiências e pesquisas: Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other (Juntos Sozinhos: Por que esperamos mais da tecnologia e menos uns dos outros). Segundo ela, as pessoas estão presentes fisicamente apenas em parte, já que estão o tempo todo conectadas com outros lugares ou pessoas, via seus aparelhos celulares com acesso à internet. “Experimentamos novas solidões”, definiu. “Estamos nos movendo da conversação para a conexão, e isso é realmente diferente.” Sherry discorda daqueles que acreditam que estejamos diante de uma nova geração efetivamente multitarefa. Amparada em pesquisas, ela diz que a qualidade das múltiplas tarefas executadas fica sempre prejudicada.

A jovem jornalista chinesa Wu Nan, uma bolsista na Universidade de Harvard, falou sobre liberdade em seu país. Para Nan, surgiu uma brecha no controle estatal sobre a circulação de informação. A fenda, apesar de estreita, foi produzida pelas novas tecnologias da informação, a internet como picareta-mor. Na fração de segundo entre um tweet e seu bloqueio, alguém já o leu e o passou adiante. O controle absoluto não há, assegura. Por essa dificuldade de levar sua expressão livre para o mundo, Nan, que é uma otimista, diz se sentir muitas vezes numa espécie de videogame, com aqueles montes de obstáculos para a gente se livrar, marcar pontos, mudar de fase e chegar ao fim. Sou fã de comida chinesa, e brinco com Nan chamando-a de meu “Pekin duck”, delícia da gastronomia. “Isso não é um modo muito educado de se referir a uma mulher”, Nan sorri.

Depois de uma das discussões em pequenos grupos, sobre, por exemplo, “Como nosso envolvimento com a mídia muda nossa consciência?”, um homem indiano, de bigode e pele escura, passa por mim, para e, sorridente, me cumprimenta. “Ei, bom te ver aqui de novo, depois de cinco mil anos!” Eu estremeço, como? “Eu te reconheço, depois de cinco mil anos.” Mas eu nunca estive aqui! “Feliz de te rever, você é um diamante!” A Peace Village é mesmo lugar de acontecimentos mágicos e misteriosos, sou testemunha. Então, estou já há cinco mil anos circulando por aí? Nos conhecemos de outras vidas? Começo a não duvidar de mais nada, Brahma Baba.

Apresentação em inglês

Não sei explicar ao certo, mas tenho a certeza clara de que era preciso vir aqui. De que me esperavam. Tudo foi se encaixando de forma irresistível e mágica, o Universo, depois de meu esforço, de fato conspirou a favor. Tinha tudo para não dar certo, mas obstáculo por obstáculo foi se removendo no exato momento exigido. Era preciso atravessar o mundo para poder atravessar a mim mesmo.

Uma noite cheia de performances emocionantes encerrou um dia de fundas revelações e aprendizado. O poeta Sekou Andrews, um negro de olhos grandes, com cabelos trançados, comanda um stand-up poesia, uma rajada de palavras iluminadas e inspiradas, fervorosas, numa torrente rápida. “You are awesome!”, Sekou nos recorda de nossa raiz maravilhosa, que ninguém pode tirar. Michael Fitzpatrick nos guia para os sons essenciais do mundo, no seu cello mágico. Michael, um típico norte-americano, rosado, de cabelos loiros e olhos azuis, já fez música com o Dalai Lama, com monges do Tibete, e sabe do vínculo entre o som e a voz silenciosa do mundo e a paz de que precisamos. Seus movimentos lentos e concentrados, sua figura que se recurva, quando anda, lembram mesmo os de um monge.

Então, já é sábado? Pois é o dia marcado para a minha apresentação no Imagens & Vozes da Esperança e eu estou sofrendo faz dias. Se me apresentar em português já é tarefa das mais difíceis, imagine em inglês. Com o querido Samuca, lá do começo desta história, repasso a apresentação, em (mau) inglês. Samuel faz algumas correções na minha fala, e diz ter gostado do conteúdo. Relaxo, mas só um pouco.

Amor, sinceridade e simpatia

Então, é agora? Randi Fiat, da equipe organizadora, me apresenta ao microfone e lá vou eu. Trouxe alguns presentes para o público, sessenta exemplares de uma das aventuras do repórter Alencar Almeida, personagem minha já antiga, publicadas em formato de folheto de cordel, Interview with the Devil, em inglês e tudo. Explico o que é um cordel. E gaguejando começo a minha história, e o planejado, claro, vira apenas ponto de referência. Recordo o sonho inicial de jornalista, da vontade de contar as histórias de todos, da maioria da população, e não de um grupo já muito privilegiado. Recordo os primeiros anos, lá na Folha de S.Paulo, e a descoberta angustiada das engrenagens de uma grande máquina de comunicação, não necessariamente de uma grande máquina de verdade, de produção de entendimento para um grupo mais amplo de pessoas. Falo da literatura como bem essencial do homem, como o alimento e a moradia. Não se vive mesmo um dia sequer sem se contar uma história e, portanto, somos todos poetas natos. E também falo desse sonho que é o Jornalirismo, que até chegou aos Estados Unidos, quem diria! E, quando me acalmo, só um pouquinho, ergo minha cabeça e olho em panorama, reconhecendo um a um que me observa. Eram muitos pares de olhos sorridentes e brilhantes a me contemplar e entendi, naquele exato momento, que fizera um bom trabalho. Eram poucos minutos, apenas dez minutos cronometrados espartanamente, mas dez minutos são suficientes quando se fala com amor e sinceridade e simpatia. Terminei repleto de contentamento, sob muitos aplausos e esse contentamento não sai de mim, não sai.

O cigarro acabou já na sexta-feira, e não tenho tanta vontade de fumar. Descobri que não é preciso nenhum artifício para se sentir bem e em paz.

Uma jornada mente adentro

Sister Chirya, uma senhora energética de olhos muito azuis e muito vivos, carapinha branca, comanda nosso exercício matinal, alongamentos, boa respiração. “I am light! You are light! Feel the light!” Sister Chirya nos ensina a paz, o poder de nos reconectar com a energia central que emana não sei bem de onde, certamente de dentro de mim. Eu sou luz, você é luz, sinta a luz! Comento com Sister Chirya sobre como é difícil perdoar. E ela, que diz ser o corpo uma carcaça que perece, habitado por uma alma imortal, admite haver uma pessoa no mundo que ainda não conseguiu perdoar. Prefiro não perguntar quem ela é, não é necessário. Aqui, na Peace Village, todo mundo sabe ler nas entrelinhas de cada história, da sua, da minha, e muitos estão no mesmo caminho, na mesma busca, na mesma luta de ser melhor hoje do que ontem, melhor amanhã do que hoje. Tenho a Peace Village dentro de mim e coragem e confiança para lidar com questões das mais dolorosas.

Depois de tudo pensado e sentido, do aprendizado emocionado e dedicado, digo com muito orgulho e certeza: já não tenho nenhuma mágoa de você. Já não remoo mais nada dentro de mim. Foi assim, de repente, serenou. Não foi imotivado, não; foi esforço consciente, foi trabalho de noites insones, de dias agoniados e desesperados, de revirar e revisitar tudo que aconteceu, muitas e muitas vezes. Agora, me dou conta de que tudo se resolveu. Novamente te abraço naquela esquina, longamente. E não me importo que seja apenas uma lembrança, no meu pensamento. O que vivi, e o que senti, é tudo que tenho de melhor e vivo em mim. E ainda é cedo demais, tarde demais para nascer e morrer e nascer e morrer, continuamente. O tempo é meu companheiro, nunca estou sozinho, como me mostrou Gayatri Naraine numa jornada mente adentro. A música nunca termina. O amor nunca termina. O rio sorri.

Na Peace Village, novamente encontrei a minha paz. Não há nada melhor no mundo. Om shanti. Estou em paz.

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[Guilherme Azevedo é jornalista]