Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Deputado holandês anuncia filme anti-Islã

O deputado holandês de extrema direita Geert Wilders afirmou em entrevista publicada no fim de semana que seu controverso filme anti-Islã será intitulado Fitna (provação, em árabe) e deverá ser exibido em março. Líder do Partido da Liberdade, Wilders havia afirmado em novembro que planejava produzir um curta em que o Corão, livro sagrado do Islã, seria apresentado como um ‘livro fascista’ que ‘incita o assassinato’.

Segundo a entrevista com o parlamentar, o filme, com duração de 15 minutos, estaria quase pronto. Ele afirmou que o curta mostrará passagens do Corão ilustradas por imagens de documentário para mostrar que o conteúdo do livro sagrado não é ‘simbólico’, e que ‘o Islã pode tirar nossa liberdade se não agirmos contra isso’. O final do filme conteria uma imagem do profeta Maomé. Muçulmanos consideram blasfêmia a representação de imagens de líderes religiosos. ‘Acontecerá algo com a imagem, mas eu não revelar o quê’, provocou Wilders.

Especulação

Desde que anunciou o curta, no fim do ano passado, Wilders conseguiu criar polêmica na Holanda. A mídia local especula que o deputado irá rasgar ou queimar o Corão no filme. O país teme a repetição de protestos violentos como os ocorridos em 2005 em diversos países depois que um jornal dinamarquês publicou cartuns de Maomé – em um dos desenhos, o profeta usava uma bomba no lugar do turbante.

Wilders conta com pesada proteção policial desde o assassinato do cineasta e colunista holandês Theo Van Gogh, em 2004. Van Gogh foi morto por um muçulmano radical depois de dirigir um filme criticando a posição das mulheres no Islã. Informações da AFP [9/2/08].