O controle de qualidade em O Liberal está bem pior do que no Jornal Pessoal. Se é que existe.
Numa mesma página da edição de quarta-feira (12/4) o ‘olho’ do título diz que a elevação do nível do mar em seis metros, por conta do aquecimento global, inundaria 36% da superfície da ilha de Marajó. Já o texto da matéria, informa – corretamente – que a hipótese é de dois metros. Quatro metros mais, poderiam fazer desaparecer o Marajó inteiro, além de alagar parte considerável de Belém.
Abaixo dessa matéria há uma foto de dom Ângelo Rivato, identificado na legenda como seu sucessor na diocese do Marajó, dom Luís Azcona.
Já o primeiro parágrafo da matéria sobre a polêmica restauração da Catedral da Sé, colocada na página 3 da edição do dia 12, merece ir para uma antologia de como aprender a não escrever certo. Diz o cometimento:
‘A Secretaria Executiva de Cultura enviou ontem a este jornal nota contestando a informação (…) de que o secretário-executivo de Cultura, Paulo Chaves Fernandes, teria concedido uma entrevista coletiva a respeito do projeto de restauração da igreja da Sé, em resposta a denúncias de furto no templo’.
Ora, a tal entrevista só saiu em O Liberal. Logo, não podia ser coletiva. Como o jornal não sustenta a informação anterior e a ela se refere no condicional, o leitor deve concluir que a entrevista, na verdade, nunca houve. O ‘mal-entendido’ pode ter resultado de uma prática infelizmente constante no jornalismo atual: desencavar material de arquivo, refundi-lo e apresentá-lo como sendo produto novo. Um mínimo de compromisso com a ética e a verdade devia ter obrigado o jornal a admitir que a entrevista coletiva não foi concedida, pedindo desculpa por algo que O Liberal expurgou do seu âmbito: o erro.
Outro erro, na edição de sábado (8/4), perpetrado contra a própria empresa. Um comunicado informava aos assinantes que desejassem fazer suspensão temporária ou mudança de endereço a ‘entrar em contato conosco até quarta-feira (23/03)’. Para tanto, teriam que retornar 20 dias no tempo. Como Maiorana parece achar que pode até fazer chover, nada mais do que um galho besta, como diz o povo.
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Editor do Jornal Pessoal, de Belém (PA)