Em janeiro, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, sigla em inglês) irá propor novas regras para o uso de aviões teleguiados nos céus americanos. Estes aviões desempenham um papel controverso em campos de guerra. O Irã alega ter derrubado a tiros um que sobrevoava a sua fronteira na semana passada. No Paquistão, os aviões atiram contra redes terroristas no norte do país. Já no Iêmen, um deles matou um integrante da al-Qaeda e seu filho, de 16 anos.
Agora, os aviões não tripulados começam a sair da esfera militar e novos usos estão sendo encontrados no setor privado. A FAA já concedeu mais de 200 permissões para uso civil. Há até quem ache que eles seriam bom negócio para o jornalismo. O professor de jornalismo Matt Waite é uma dessas pessoas. Ele acredita que agora é um bom momento para estudar como os aviões teleguiados podem afetar a atividade jornalística.
Plataforma ideal
No mês passado, Waite deu início ao Laboratório de Jornalismo de Aviões Teleguiados na Universidade de Nebraska-Lincoln para analisar a praticidade, a ética e a legalidade do seu uso no jornalismo. O site do laboratório descreve os aviões como uma “plataforma ideal para o jornalismo” e dá como exemplo uma gravação de um protesto na Polônia feito por uma câmera acoplada a um helicóptero não tripulado, de um ponto de vista que não seria possível de um repórter em campo.
Os aviões custam cerca de US$ 40 mil (o equivalente a R$ 72 mil). Eles podem oferecer, ainda, uma melhor cobertura de desastres naturais e de zonas a que jornalistas não têm acesso. No entanto, seu uso traria preocupações sobre questões de invasão de privacidade. A tecnologia poderia ser facilmente usada, por exemplo, para perseguir celebridades. Além disso, os próprios jornalistas poderiam ser vigiados. Informações de Melissa Bell [Washington Post, 4/12/11].