Na segunda-feira (12/3), após duas décadas à frente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira deixou o comando da entidade. Sua renúncia é motivo de festa para a nossa democracia e o futebol brasileiro, que tem sido maltratado e é alvo de muitas acusações em sua gestão. A notícia esteve em todos os jornais e sites deste país. Para seu lugar, assume o vice, José Maria Marín, que foi governador de São Paulo – entre 1982 e 1983 – durante a ditadura militar e assume, também, o Comitê Organizador da Copa 2014 (COL) e fica até 2015.
A que se deve essa renúncia? Ela é fruto de seu isolamento político que vem dos últimos tempos. Desde que assumiu a presidência, em 2010, Dilma Rousseff deixou claro, em várias ocasiões, que não o queria por perto. No Congresso Nacional, seus antigos aliados abandonaram-no. Tem mais: Joseph Blatter, presidente da Fifa, seu antigo cúmplice, o deixou entregue à própria sorte ante as infindáveis acusações que pesam sobre ele.
Por fim, vale reler parte da entrevista de Teixeira à revista piauí, número 58, onde diz de maneira sarcástica:
“Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015. E aí, acabou.”
***
[Ricardo Santos é professor de História e jornalista]