Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

A capa da revista Veja

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Sugiro que vocês comentem a capa da revista Veja desta semana a respeito de uma “evolução tecnofísica”, ao afirmar que as pessoas mais altas e magras são mais felizes, bem sucedidas e saudáveis que as baixinhas e gordinhas. A capa, por si só, é preconceituosa e apresenta dois homens: um alto e bem vestido, sorridente, e um baixinho, mal vestido e mal humorado. Acredito que a revista Veja, sempre marcada pela péssima qualidade da linguagem jornalística, se superou ao mostrar a sua verdadeira face, preconceituosa e mesquinha, contra um tipo da população, que é a maioria no Brasil, justamente baixinha e gordinha. Fora isso, a revista ostenta no site a seguinte frase: “Ética jornalística, uma reflexão permanente”. Ora, que veículo jornalístico é esse que prega a ética se não o faz da mesma forma ao realizar uma discriminação descarada contra baixinhos e gordinhos? No mínimo, o editor-chefe da revista deveria rever seus conceitos jornalísticos e não ostentar a frase no site. Coerência é palavra-chave de qualquer veículo jornalístico sério que se preze e não tem sido o que a revista Veja tem realizado nestes últimos anos. Detalhe: sou baixinha (1,52m), ocupo um dos cargos mais altos da administração pública, via concurso público, falo duas línguas com fluência e estou realizando uma disciplina de mestrado pela Universidade de São Paulo. E contrario as previsões da (pseudo)-revista Veja (Roselene Cândida Alves, arquivista [e orgulhosamente baixinha])

 

Debate sobre MMA

Gostaria de manifestar minha opinião em relação à última pauta do programa. Acompanho há muitos anos este programa e tenho concordância e admiração com sua linha editorial. Sou trabalhador da área do comércio, mas possuo graduação em História, o que me leva a ter um interesse e uma participação política cotidiana nas mais diferentes esferas. Também sou praticante de Muay Thai há três anos e um cara que acompanha a evolução dos esportes de luta já há bastante tempo. Inclusive sou assinante do canal Combate, do qual o debatedor Luciano Andrade faz parte. Por isso tudo, gostaria de externar minha tristeza para com o trato simplista que foi dado ao tema por profissionais que tanto admiro e respeito, enquanto opinião balizada e progressista no meio de uma mídia conservadora. A forma como o tema foi inserido foi infeliz. O Trajano (que também admiro pelo tipo de trabalho esportivo que oferece sua atuação) falou como um total leigo em matéria de esporte de luta. Desrespeitou uma série de praticantes de artes marciais ao dizer ser nojento o MMA. Parece que quando intelectuais se despem e expõem opiniões conservadoras, preconceituosas e de senso comum, isso vira posição e opinião… (Rafael Policeno de Souza, vendedor, Gravataí, RS)

 

MMA, UFC, TUF etc.

De uma hora pra outra, a imprensa brasileira passou a se ocupar freneticamente com a cobertura dos esportes denominados MMA, UFC, TUF etc. Subitamente, os praticantes dessas modalidades esportivas, que são lutas parecidas com briga de rua, viraram celebridades. Já ganharam até programa de TV. O curioso é a rapidez, a velocidade com que essa prática esportiva, nitidamente graças à grande mídia, se integrou ao noticiário brasileiro. Esta semana, ao entrar numa livraria, deparei com um livro, na estante dos lançamentos, cujo título era A bíblia do MMA e tinha na capa a foto de um lutador já rotulado de “um dos maiores de todos os tempos”. A pompa assusta e, claramente, induz os jovens brasileiros a embarcar em mais esse barco em busca de um minuto de fama. Nesse sentido, gostaria de sugerir uma pauta para um debate no Observatório da Imprensa (Aldi Nestor, professor, Cuiabá, MT)

 

Lutas violentas

Acho que não foi devidamente esclarecido ontem (17/4): desporto não é violento; violento é o homem. O futebol, que foi citado, não foi criado para a agressão entre jogadores; as lutas (box, luta livre ou o que seja) foram criadas para um adversário aniquilar o outro; muitas vezes a gente vê notícias de lutadores que ficaram inutilizados e até morreram por receberem golpes violentos na cabeça. Se isso é esporte eu não sei, mas devia ser proibido! (Ildeu Caudi do Lago, aposentado, São Paulo, SP)

 

Alistamento militar

Dos 21 anos do regime militar imposto ao país pelas forças conservadoras, as alterações mais nefastas produzidas neste período, e que deixaram marcas profundas em nossa sociedade, foram a desmobilização político-partidária, com reflexos visíveis até a atualidade. Basta ver o nível sofrível de nossos congressistas e o desmantelamento da postura aguerrida e destemidamente crítica de nossa imprensa. A ditadura passou, mas deixou um legado desastroso. Uma questão que “curiosamente” a grande imprensa brasileira insiste em não ver é o inconveniente anacrônico da manutenção do alistamento militar obrigatório, com as devidas punições estatais aos jovens que não o fizerem (além de prejudicar a inserção de rapazes menores de 18 anos no mercado de trabalho). Todavia, apesar dos anos de incomum apatia dos diversos veículos de comunicação, um jornal carioca publicou, no último dia 16/4, uma matéria em que denuncia a forma humilhante pela qual são tratados os jovens na fila do alistamento militar, expostos ao relento e ao perigo da madrugada na rua e a uma espera de até nove horas para serem atendidos. Este periódico faz história ao romper com o silêncio conivente sobre essa questão, pois este sempre foi um assunto veladamente ignorado pela mídia nacional durante todo esse período, de retomada dos valores democráticos, comportamento este explicado não apenas pelo adestramento autoritariamente imposto aos jornalistas nos anos de chumbo pelo aparato repressor do regime, mas, principalmente, na atualidade, pelo poder de persuasão, ou melhor, de cooptação das verbas publicitárias do Ministério da Defesa. Recebe mais quem incomoda menos. Enquanto isso, nossos jovens continuam sendo vítimas de toda sorte de desrespeito nas juntas militares, apenas para continuar satisfazendo a um capricho torpe da caserna. Essa realidade só mudará a partir da mudança de postura da própria sociedade, de sua capacidade de reivindicar avanços. Está aí um bom tema para um caloroso debate nos veículos independentes de comunicação e também nas redes sociais (Hugo Heringer, funcionário público, São Gonçalo, RJ)