Vivemos em uma cidade dominada pela corrupção – o que não é segredo para ninguém. No fim do ano, lançamos um jornal voltado aos interesses da população, ou seja, noticiamos o que acontece, independentemente de agradar ou não aos poderosos. Na edição de sábado (19/1) trouxemos uma retrospectiva dos escândalos políticos e também a participação da polícia civil na quebra de sigilo da identidade do repórter Giovani Grizotti, que foi alvo de uma panfletagem dias depois da exibição de uma reportagem feita por ele sobre a compra de votos em Triunfo, RS. A questão é que no sábado à tarde começamos a receber ligações anônimas dizendo que estávamos colocando em risco nossa integridade física e que deveríamos “dar uma segurada” no que publicávamos. Há menos de dois anos, sobre com ameaças ainda piores, quando trabalhava em um jornal financiado pela prefeitura municipal – não concordava com a linha editorial que me obrigavam a seguir e cheguei a ouvir do dono do jornal que através da prefeitura era fácil ter acesso aos dados de todos os meus familiares, como endereços e hábitos, e também me perguntou se eu fazia ideia de quantas mulheres morriam todos os dias, como a ex-namorada do goleiro Bruno, e ninguém achava nem o corpo… Estou entrando em contato com vocês, como me foi sugerido pelo professor e amigo Pedro Luiz da Silveira Osório, hoje membro da diretoria da TVE. Não sabemos direito como agir e o que fazer para nos proteger. A única certeza que temos é que não pretendemos mudar nossa forma de trabalhar (Mônica Patrícia Ferreira, diretora e jornalista responsável pelo jornal O Triunfense)
Os rituais de sofrimento
Parabéns, Silvia Viana e Observatório da Imprensa. É preciso analisar criticamente o quanto esses programas de televisão e as propagandas dirigidas para as crianças moldam a subjetividade humana. Eu estudo os mundos do trabalho, a precarização objetiva e subjetiva. Esses programas seguem a lógica fabril, o lucro acima de tudo (Felipe Luiz Gomes e Silva, professor, Unesp [campus de Araraquara], São Carlos, SP)