Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Jornalista não deve se perder com mídias sociais

Os próximos eventos esportivos colocarão os veículos de comunicação sob o desafio da melhor utilização das mídias sociais em meio à verdadeira revolução pela qual passa a mídia em todo o mundo. O jornalista Thom Loverro, da rádio ESPN 980, de Washington (EUA), e autor de 11 livros sobre o mundo dos esportes, chama a atenção para o fato de que os profissionais não devem se perder na utilização das mídias alternativas.

Para ele, é preciso ter atenção no uso das mídias para que não se perca o papel fundamental do jornalismo, que é informar. “Há uma linha que divide o jornalismo nas redes sociais da atuação do jornalista enquanto pessoa nessas redes, mas essa é uma linha muito borrada e indefinida”, afirmou. Ele foi um dos palestrantes do Seminário Internacional de Jornalismo Esportivo, Sociedade e Indústria, realizado em Brasília, nos dias 7 e 8 de maio.

Loverro, que tem 36 anos de jornalismo, atribui às mídias alternativas a mudança mais importante da profissão e sustenta que os planejadores dos veículos devem incluí-las em todas as coberturas. “Mídias sociais são uma realidade da vida contemporânea e o jornalista não pode nem deve ficar aquém disso”, afirmou.

“Sou um dinossauro, mas me adaptei”

Para o jornalista, falar de mídias sociais é complicado porque tudo é muito recente. Ele não arrisca previsões para o futuro desses meios, nem mesmo o modelo que deve ser seguido durante os próximos eventos esportivos no Brasil. “As pessoas me perguntam o que as mídias sociais serão em 2016 e eu não tenho como dizer porque não é possível definir isso agora”, disse.

Segundo Loverro, as mídias sociais são uma oportunidade de elevar o perfil do jornalista fazendo com que mais pessoas leiam seus conteúdos; por isso, não faz sentido que repórteres, mesmo os antigos, tenham resistência a elas. “Eu sou um dinossauro, mas me adaptei”, disse. Para ele, esse poder de ampliar os fatos também pode ser um problema, uma vez que um tópico pequeno, às vezes de uma coisa local, toma proporções nacionais só porque foi postado em redes sociais. “E qualquer um pode postar na internet”, disse. Na sua opinião, apesar de este ser um meio cheio de desafios por ser mais rápido, mais dinâmico e exigir que o jornalista lide com muito mais informação, é também o mais fascinante. “Quanto mais pessoas leem, quanto mais o conteúdo é espalhado, mais recompensado o jornalista se sente”.

>> Entrevista com Thom Loverro

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Sthael Samara é estudante da pós-graduação em Jornalismo Esportivo e repórter da Agência de Notícias UniCEUB