O YouTube lançará um sistema de assinatura paga para alguns dos seus canais esta semana, antecipou o jornal Financial Times. A ideia é estimular a produção de conteúdo de qualidade para a plataforma e abrir uma nova fonte de receita para a Google, dona do site. Cerca de 50 canais com conteúdo exclusivo e especializado devem fazer parte do sistema. O restante do site continuará gratuito para todos os internautas. As assinaturas deverão ter preços a partir de US$ 1,99. A reportagem do Financial Times foi baseada em fontes não identificadas. A Google não quis comentar o assunto.
Rumores sobre o lançamento de um serviço de assinaturas do YouTube circulam há vários meses. Em fevereiro, o YouTube confirmou suas intenções ao site Cnet mas não quis informar um cronograma. Em janeiro, o AdAge publicou que a Google havia proposto o sistema a vários produtores de conteúdo. Fontes do YouTube afirmaram ao “FT” que o site “pretende criar uma plataforma de pagamento que poderia proporcionar mais conteúdos de qualidade (…) para satisfação de seus usuários e proporcionar aos criadores um novo caminho para gerar recursos por seus conteúdos, além de modelos baseados no aluguel e publicidade”.
O YouTube, que tem mais de um bilhão de usuários no mundo, oferece desde 2011 uma série de canais temáticos gratuitos, em uma tentativa de preparar o terreno para o início dos serviços pagos. O jornal “The New York Times” afirma que os canais com assinatura devem incluir programação infantil, de entretenimento e de música. Eles não vão funcionar como canais de televisão tradicionais, e sim, como bibliotecas de vídeos que podem ser assistidos por demanda, como já funcionam os milhares de canais gratuitos do YouTube.
Executivos da Google apostam que na próxima década, 75% de todos os canais de vídeos no YouTube exibam conteúdo produzido exclusivamente para a internet, e a empresa tem procurado maneiras de fortalecer essa tendência. O YouTube hoje em dia vive do faturamento com publicidade. Segundo a empresa, alguns dos usuários já faturam milhares de dólares com seus vídeos caseiros. E, agora, a empresa está a procura de novas maneiras de ganhar dinheiro com o conteúdo que é publicado no site.
Os canais mais populares do YouTube têm milhões de assinantes. O canal de comédia Smosh lidera com 9,6 milhões, de acordo com o site VidStatsX, e o canal político Young Turks recentemente se tornou o primeiro de notícias a ultrapassar a marca de um bilhão de views.
A mudança na maneira como as pessoas consomem vídeos on-line desperta a atenção de grandes empresas, que perceberam o grande potencial de lucro deste segmento. A Netflix, que já investe em séries próprias – como “House of cards” – há algum tempo, perdeu na semana passada uma parte importante de seu acervo depois que os estúdios Warner Bros., Universal e MGM não renovaram as licenças de quase dois mil filmes. Os três grandes estúdios planejam ter seu próprio serviço de vídeos on-line.
A Amazon é outra grande empresa que está investindo no mercado de TV sob demanda. No mês passado, a empresa lançou o piloto de 14 seriados, entre comédias e programas infantis. A ideia é que o público escolha quais projetos serão levados adiante. Por enquanto, os vídeos estão disponíveis apenas nos EUA, Reino Unido e Alemanha.