Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Em busca da manchete perfeita na rede

Os serviços de busca online podem acabar com a criatividade de repórteres e editores na elaboração de títulos de artigos jornalísticos, afirma Elinor Mills em nota no CNET [2/2/07]. Para matérias divulgadas na rede, objetividade e clareza tornaram-se normas prioritárias que colocam fim às manchetes irônicas e provocativas, mas ineficientes para fazer com que o artigo apareça como resultado nos mecanismos de pesquisa.


Diante deste panorama, empresas de mídia que almejam lucrar com anúncios online estão treinando seus jornalistas para reescrever as manchetes de modo a torná-las mais claras e objetivas. A tática ganhou até um nome próprio: otimização de ferramentas de busca, ou SEO (sigla em inglês para search engine optimization). Atualmente, há diversas empresas especializadas em ajudar os sítios a conseguir destaque em ferramentas como o Google.


As técnicas do SEO


Em novembro do ano passado, segundo ranking da Nielsen//NetRatings, a página do jornal Boston Globe ficou em quarto lugar na lista dos sítios mais acessados nos EUA, enquanto a tiragem da versão impressa é a 15º do país, segundo dados do Audit Bureau. Para David Beard, editor do sítio do Globe e ex-chefe de redação da versão impressa, a grande razão para isto foi o treinamento SEO. ‘Temos manchetes específicas para a rede. Estamos treinando a equipe e está sendo uma grande iniciativa educativa’, afirma.


No The Times Online, com sede no Reino Unido, de 30% a 60% da audiência é oriunda de ferramentas de busca, revela o publisher do sítio, Zach Leonard. A equipe do The Times Online, que passou pelo treinamento SEO, modifica os títulos das matérias que usa das versões impressas do Times e do Sunday Times. ‘Há nove ou 12 meses, se falássemos SEO, a maior parte da equipe não iria ter idéia do que estávamos falando. Agora, é parte do trabalho deles’, afirma Leonard.


Stephan Spencer, fundador da empresa de SEO Netconcepts, recomenda o uso de palavras-chave nos títulos. Segundo ele, os jornalistas também devem verificar quais palavras são mais populares e usar outras alternativas através de serviços como o AdWords Keyword Tool, do Google, ou serviços pagos, como o WordTracker ou o Keyword Discovery. Apesar da maior flexibilidade de espaço para títulos e textos na rede, tais medidas podem ter conseqüências não muito agradáveis, como manchetes muito similares em diferentes veículos.