A jornalista Ces Drilon, dois membros de sua equipe e um guia que os acompanhava foram seqüestrados no domingo (8/6), na ilha filipina de Jolo. No começo da semana, foram iniciadas as negociações com os seqüestradores, que, acredita-se, sejam do Abu Sayyaf, grupo extremista islâmico com ligações com a al-Qaeda. Ces seria a terceira jornalista a ser seqüestrada pelo grupo desde 2000. Segundo o ABS-CBN, canal filipino em que trabalha a âncora, junto com ela estavam os funcionários Jimmy Encarnacion e Angelo Valderama e o professor Octavio Dinampo, que trabalhava como guia da equipe.
O superintendente da polícia regional, Joel Goltiao, disse que há uma ‘grande possibilidade’ de a jornalista ser liberada, mas não forneceu detalhes sobre as negociações. Nenhum pedido de resgate foi tornado público, mas há relatos de que os seqüestradores tenham pedido entre US$ 227 mil e US$ 454 mil para que os reféns sejam libertados com segurança. De acordo com a agência Mindanews, Dinampo já serviu de guia para diversos jornalistas na ilha e escreveu vários artigos após entrevistar militantes do Abu Sayyaf.
Falta de segurança
O grupo Repórteres Sem Fronteiras criticou o incidente. ‘Esperamos que os seqüestradores ouçam os apelos de figuras importantes do país para que todos sejam soltos com segurança’, afirmou. A ONG acredita que o Abu Sayyaf tenha sido responsável pelo seqüestro de mais de 30 jornalistas ao longo das últimas décadas.
Goltiao alertou jornalistas para que não tentem ir a Jolo cobrir o seqüestro, alegando que não poderia garantir a segurança dos repórteres. ‘Os jornalistas podem ir a áreas sem nosso conhecimento, e o que aconteceu a Ces pode acontecer a eles’, afirmou. A presidente Gloria Arroyo ordenou que as forças de segurança façam o possível para encontrar a equipe da ABS-CBN, maior rede de TV privada do país. Informações da AFP [10/6/08] e da RSF [10/6/08].