O escândalo de espionagem da Hewlett Packard, que levou à saída da presidente Patricia Dunn há duas semanas, afetou também empresas de comunicação americanas. Com a denúncia de que jornalistas tiveram seus telefones grampeados, entre eles profissionais das grandes publicações New York Times e Wall Street Journal, as atenções acabaram se voltando para um portal de tecnologia na internet.
Foi do sítio News.com, que pertence ao portal CNet Networks, que saiu a matéria com revelações sobre mudanças estratégicas na HP, em janeiro deste ano. Desde então, Dawn Kawamoto, a jornalista responsável pelo furo, descobriu que seu telefone foi grampeado e que passou a ser seguida por detetives, que chegaram a fotografá-la.
‘Estou furiosa por tudo isso que aconteceu’, desabafou Dawn em entrevista recente. Há alguns meses, quando levou sua filha para um período de férias na Disneylândia, a jornalista continuou a ser perseguida, descobriu depois. Os detetives da HP chegaram a ligar para o hotel onde ela havia se hospedado para saber de seu paradeiro.
Origem do vazamento
A partir do momento em que a matéria de Dawn foi divulgada na rede, no início do ano, Patricia embarcou em uma ambiciosa investigação para descobrir a origem do vazamento da informação publicada pela repórter. O sítio, voltado para a indústria tecnológica, virou pauta na imprensa internacional.
O News.com possui 50 repórteres e editores e tem como público principal pessoas interessadas nas novas tecnologias. Ele faz parte de uma rede com 17 sítios da CNet, companhia fundada em 1992. Voltadas para nichos diferentes, as páginas recebem, juntas, cerca de 60 milhões de visitantes únicos por mês. Informações de Laurie J. Flynn [The New York Times, 25/9/06].