Elisa Beni, porta-voz da corte regional de Madri e mulher do principal juiz do julgamento dos atentados na capital espanhola em 2004, foi demitida, esta semana, pelo Conselho Geral por ter escrito um livro com informações confidenciais sobre o caso, noticia Daniel Woolf [Associated Press, 16/1/08].
A corte alegou ter perdido a confiança em Elisa porque ela utilizou informações obtidas com seu marido, que presidiu o painel de três juízes no julgamento ocorrido em 2006, no qual foram condenados 21 dos 26 suspeitos dos atentados. As explosões no sistema de trens de Madri mataram 191 pessoas e deixaram mais de 1.800 feridas.
Oportunista
O livro, La Soledad Del Juzgador (A Solidão do Juiz, tradução livre), foi lançado três semanas após a divulgação do veredicto do caso e traz trechos de conversas particulares entre Gomez Bermudez – esposo de Elisa – e dois colegas que conduziram o julgamento. A publicação também critica a atuação de outros juízes e funcionários do tribunal durante a investigação das explosões e durante o julgamento.
A autora foi tachada de oportunista e Bermudez, criticado por ter compartilhado informação confidencial com sua mulher. O livro não foi o primeiro na Espanha sobre os ataques, porém, associações das vítimas reclamaram que ele foi lançado logo depois do veredicto, destinado claramente a obter dinheiro às custas da tragédia alheia.