Autoridades italianas investigam dois executivos do Google Itália devido à divulgação de um vídeo em que quatro estudantes da cidade de Turin maltratam um colega autista. Embora internautas possam postar vídeos no Google sem autorização da empresa, promotores de Milão acusam os executivos de falharem no controle sobre o conteúdo publicado no sítio.
O caso está correndo, embora uma lei européia adotada pela Itália em 2003 especifique que empresas que fornecem acesso à internet não são responsáveis por controlar o conteúdo publicado através de suas ferramentas. ‘Pelo que sei, toda a União Européia decidiu que a empresa que fornece acesso à internet não é responsável por seu conteúdo. Não se pode culpar o fabricante de papel porque alguém imprime um insulto nele’, compara Carlo Alberto Carnevale Maffe, presidente da Assodigitale, organização especializada em tecnologia digital.
Debate
Os nomes dos executivos não foram revelados, mas eles foram identificados como representantes legais do Google na Itália. A acusação, aberta pela Vividown, associação para a pesquisa científica e a tutela de pessoas com síndrome de Down, gerou um debate no país, com alguns defendendo restrições para que menores de 17 anos coloquem imagens na rede. A Vividown tomou conhecimento do vídeo, em que um dos garotos zomba a associação, em setembro.
O presidente da Vividown, Edoardo Cenzi, afirmou que, embora o Google tenha removido o vídeo menos de 12 horas depois de ter tomado conhecimento dele e de ter comunicado sua existência a autoridades, o grupo decidiu pedir a investigação porque ‘não acredita que os vídeos possam circular sem controle’. Stefano Hesse, porta-voz do Google na Itália, infirmou que a empresa está cooperando com as autoridades. Informações de Colleen Barry [AP, 28/11/06].