Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Fazer ou não fazer?

A publicidade oficialista é uma criação antiga. Seu primeiro uso efetivo na história fora no regime nazista de Hitler, utilizada como forma de persuasão da população, popularização, aceitação das medidas drásticas tomadas por seu governo. Tais elementos ainda hoje são armas para melhorar a imagem de governos. É chamada atualmente por muitos de propaganda institucional. Aonde a verdade é elemento, mas o enfoque principal na verdade é outro, divulgar as ‘realizações’ de uma empresa ou gestão de governo.

O investimento hoje em publicidade por governos federais, estaduais ou municipais ultrapassa tranquilamente milhões por mês. De 2003 a 2009, a Presidência da República, ministérios e estatais gastaram R$ 7,7 bilhões com propaganda. Os gastos do ano passado, de R$ 1,17 bilhão, superaram em 48% os R$ 796,2 milhões investidos no primeiro ano de governo.

A desculpa de que estaria fazendo uma prestação de serviços a população é mais velha que o velho testamento. Isso hoje é uma constante também nos estados. A impressão que fica é de que tal verba poderia abrir mais escolas, hospitais e segurança. Afinal, sempre dizem que faltam verbas para ampliar programas nestas áreas e para isso criam mais impostos, que acabam financiando este tipo de ‘investimento’ do governo. Fazer mais e publicitar menos, essa é a dica para sanar o déficit público no Brasil.

Quem vai responder por essa badalhoca?

Há de esperar que o partido que enquanto oposição não use das práticas de seus rivais clássicos, o abuso da máquina do Estado em prol de sua prole prolixa e proletária. Como se já não bastasse a mídia em geral fingir que a eleição daqui é como americana, doentia e bipolar. De fora, continuamos a copiar apenas as más praticas, estas com status de grande coisa.

Alguém viu na Band, no domingo posterior ao debate da mesma emissora, o Boechat dizer ‘O formato justamente privilegiou os dois candidatos que são lideres nas pesquisas… É um mérito do formato do debate…’ E depois se corrigiria: ‘O que aconteceu foi o embate natural entre os dois candidatos principais que ainda não tinham se enfrentado.’ É, meus caros… a mídia definiu que não temos nenhuma opção a não ser os candidatos siameses, de partidos opostos mas que fizeram governos iguais.

Para completar a chacina da democracia de fato, a única ‘oposição’ é a candidata eco-proletária, ex-PT e ex-povo. Não é possível que em um mundo cada vez mais plural tenhamos uma discussão tão superficial da realidade e dos caminhos futuros da 8ª maior economia do mundo. Não nos resta sequer um valhacouto de seres pensantes, nem de integridade no país? Ninguém mais enxerga o óbvio? O tal ‘povo’ tão falado, e que importa tão pouco aos grandes mercenários da nossa new high society pseudo-intelectual política e mítica, não vai gritar ‘basta de mais do mesmo’? Quem vai responder no futuro por essa badalhoca em que estão transformando o Brasil?

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Ator, diretor teatral, cantor, escritor e jornalista, Florianópolis, SC