Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Flávia Guerra


‘Pela primeira vez, produtores independentes de TV e cinema, TV educativas, TVs abertas e o Ministério da Cultura se encontram em uma única mesa de debates internacional para discutir os rumos da produção audiovisual brasileira. O cenário não poderia ser mais apropriado, o MipCom 2005, maior mercado de audiovisual do mundo, que toma nesta semana a cidade de Cannes, na França, tradicional cenário de cinema. O momento também não poderia ser mais apropriado. O Brasil é o tema da edição da feira deste ano e o MipCom organizou uma programação especial em homenagem ao País. As ações começaram ontem, com a festa de abertura do evento, organizada pelo governo brasileiro. Mas a atração principal ocorre hoje, o Dia do Brasil em Cannes, às 17 horas local, com a conferência Brasil Keynote and Country Spotlight ou Painel do Mercado Audiovisual Brasileiro, mediada pelo ministro Gilberto Gil e pelo secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, que conta com a participações de representantes de todos os setores do audiovisual brasileiro. ‘É uma ocasião única para o País, que, finalmente acerta os ponteiros entre diversos setores desta área tão estratégica. Quem não pôde participar com certeza perdeu oportunidades únicas de negócio e aprendizado. Nosso objetivo é demonstrar que o Brasil está tecnologicamente, empresarialmente e artisticamente apto para destacar-se no cenário mundial de teleprodução e teledifusão’, comenta Senna. ‘Teremos vários painéis de debates e reuniões de troca de experiências, cujo conceito central é apresentar a diversidade da produção audiovisual brasileira no mercado internacional’, completa Mário Borgneth, gerente de documentários da TV Cultura e do Ministério da Cultura. Borgneth ressalta também a oportunidade de grandes emissoras como a TV Globo e a TV Record discutirem a mesma pauta com o governo. ‘As relações entre TVs abertas e o Ministério da Cultura no ano passado se pautaram muito pelas divergências, pelas discussões sobre a Ancinav. É importante este momento para se encontrar um território de entendimento possível, uma conversa que interessa a todos e que pode criar novas oportunidades de negócios para todos’, completa.


Os produtores independentes, que neste ano alcançaram conquistas inéditas, também desembarcaram em peso na Croisette. ‘O Mipcom é o ponto culminante do Projeto Setorial, ou seja, do trabalho que tem sido feito durante o ano inteiro pela ABPITV (Associação Brasileira de Produtores Independentes de TV) pelo o Sebrae, pela Agência de Promoções de Exportação do Brasil (APEX) e pelo Minc. Será muito importante mostrarmos na maior vitrine do mundo que desta vez viemos para a feira com muito mais que nossas pastas de projetos debaixo do braço. Queremos fechar negócios’, comenta a produtora Denise Gomes, da Bossa Nova Filmes. Denise tem vários projetos para apresentar durante a feira e é responsável pela revista que apresenta o potencial e os recursos do audiovisual brasileiro para produtores do mundo todo.


Os primeiros indicativos da eficácia do Projeto Setorial para profissionalizar o setor e as co-produções internacionais do País vieram com os números apresentados. Os previstos R$ 6,5 milhões a serem atingidos pelos acordos comerciais entre produtoras brasileiras e internacionais até 2006 já haviam sido superados e batiam os R$ 7,7 milhões até o meio do ano. ‘Tudo isso em acordos de co-produção fechados com países como Chile, França, Kuwait, EUA, Espanha, Portugal, Itália, Canadá, Japão, México, Áustria, Polônia e Suécia. Ação que vai além do vender, promovendo também a estruturação do setor. E isso só tende a se intensificar’, comenta Marco Altberg, da ABPITV.


A vinda de Jacques Gibout, diretor do MipCom, ao País em junho deste ano, participando do 6.º Fórum Brasil de Programação e Produção, foi outro indicador. Em sua passagem por São Paulo, Gibout afirmou que a Europa sonha com o Brasil e que o acordo de co-produção assinado entre Brasil e França neste ano vai afetar a produção brasileira. ‘A ótima qualidade das telenovelas brasileiras é famosa no mundo todo. Tanto que vários canais estão adotando esse formato, mesmo num mercado altamente agressivo e competitivo como a América do Sul e até mesmo na Ásia. Além disso, a produção de documentários brasileira sobre vida selvagem e natureza, auxiliada pelas belas paisagens do País, é incrível. Essas produções ainda precisam ser promovidas de uma forma mais global e profissional para ganhar reconhecimento internacional. Por fim, o mercado de entretenimento brasileiro não estará completo se não houver ênfase especial no renovado e dinâmico cinema nacional, premiado em festivais de todo o mundo’, declarou ele, que vê na participação do Brasil como tema central do Mipcom 2005 o passo decisivo para a profissionalização das exportações e co-produções do audiovisual brasileiro. ‘Até hoje, a TV Globo foi um forte agente no mercado europeu. Mas,recentemente, a participação dos produtores independentes deu-nos uma visão mais abrangente e rendeu resultados promissores. Mas esses esforços ainda são muito recentes e precisam ser encorajados e apoiados.’’



SBT CONDENADO


Folha de S. Paulo


‘Justiça condena SBT por induzir criança a acidente’, copyright Folha de S. Paulo, 19/10/05


‘O juiz Heleno Ribeiro Pereira Nunes, da 6ª Vara Cível do Rio de Janeiro, condenou o SBT a pagar uma indenização de R$ 160 mil por danos morais a uma família da Baixada Fluminense. A emissora foi considerada culpada por ter induzido uma criança a atear fogo no irmão. A assessoria de imprensa do SBT informou à Folha Online que vai entrar com recurso ainda nesta semana. O fato ocorreu em junho de 2002, após a exibição de um quadro do programa ‘Domingo Legal’ em que um mágico botou fogo no próprio corpo e saiu ileso.’



O Estado de S. Paulo


‘SBT é condenado a dar R$ 160 mil a família de menino ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 19/10/05


‘O Tribunal de Justiça do Rio condenou o SBT a pagar pensão vitalícia de valor ainda indeterminado e a indenizar em R$ 160 mil, por danos morais, a família de Matheus Souza da Costa, que em 2002, aos 6 anos, teve o corpo parcialmente queimado ao tentar imitar um quadro do Domingo Legal, de Gugu Liberato, em que um mágico ateava fogo ao corpo. O SBT, que acusou os pais de negligência, alega ter pago o tratamento e informou que vai recorrer.’



TV & INFÂNCIA


O Estado de S. Paulo


‘Crianças brasileiras são as que mais vêem TV ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 19/10/05


‘As crianças brasileiras lideram uma estatística que não vale a pena ostentar com orgulho: são as que mais ficam diante da TV. O levantamento é da Eurodata TV, instituto de pesquisa que apresentou dados no MipCom Junior, feira internacional destinada à TV infanto-juvenil. Entre os países pesquisados estão Brasil, EUA, Indonésia, Itália, África do Sul, Espanha, Reino Unido, França e Alemanha. Segundo a pesquisa, no Brasil, as crianças (de 4 a 11 anos) assistiram em média, em 2004, a 3 horas e 30 minutos de TV ao dia. A Alemanha ficou com a menor média diária, 33 minutos.’



LOST


O Estado de S. Paulo


‘‘Lost’ tapa buraco na temporada de férias da Globo ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 18/10/05


‘A Globo deve usar a sua nova aquisição, o seriado Lost, para ajudar a tapar os buracos da programação de final de ano e da próxima temporada de férias da emissora. Assim como foi com o sucesso 24 Horas, exibido na vaga de Jô Soares em janeiro e fevereiro, Lost deve ir ao ar no final da noite. Por enquanto, a Globo comprou apenas a primeira temporada, já exibida aqui, com sucesso, pelo canal AXN. A segunda fase está prevista para o primeiro semestre de 2006, na TV paga. A série conta a história de sobreviventes de um acidente aéreo isolados numa misteriosa ilha.’