O New York Times irá decidir em breve se eliminará o cargo de ombudsman de seus quadros, informa Michael Calderone [The New York Observer, 8/1/07]. O atual editor público – como o jornal se refere ao cargo –, Byron Calame, fica no posto até maio, quando termina seu período de dois anos como representante dos leitores, mas ainda não foi decidido se haverá um substituto.
‘Nos próximos meses, sondarei a equipe e conversarei com [o publisher] Arthur [Sulzberger Jr.]’, afirma Bill Keller, editor-executivo do Times. ‘Alguns colegas acreditam que a maior acessibilidade proporcionada por serviços como o ‘Talk to the Newsroom’ [espaço no sítio do Times em que os leitores podem fazer perguntas aos editores] diminuiu a necessidade de um ombudsman autônomo, ou pelo menos abriu caminho para uma nova definição deste cargo’.
Pós-Jayson Blair
Calame é o segundo ombudsman do jornal, desde que Keller anunciou a implantação do cargo em seu primeiro dia como editor-executivo, em julho de 2003, logo após o escândalo do repórter-plagiador Jayson Blair. De acordo com Keller, a criação do posto de editor público ajudou o jornal imensamente em um período no qual a credibilidade da mídia estava em baixa.
O atual ombudsman ficou sabendo da notícia através de seu assistente, Joseph Plambeck, que foi a uma sessão de perguntas e respostas interna em dezembro, quando Keller expressou a idéia de não renovar o cargo. ‘Eu tenho sido crítico à redação e também a elogiei, e acredito que Bill Keller está obviamente insatisfeito com algumas das coisas que escrevi’, diz Calame. ‘O alto nível de independência que foi dado ao editor público no Times inevitavelmente gera críticas. Então não é surpresa para mim que o Times, nas figuras do editor-executivo Bill Keller e do publisher Arthur Sulzberger, queira repensar se realmente quer um editor público’. Daniel Okrent, que foi o primeiro ombudsman do diário, afirmou que ficaria desapontado se o cargo fosse eliminado. ‘É importante ter uma voz independente comentando o jornal’, opinou.