O Google defendeu em uma audiência da Comissão Européia em Bruxelas, na segunda-feira [7/9], seu projeto de publicar milhões de livros online, afirmando que, apesar das críticas de editoras e escritores, tornou o acesso à informação na internet mais democrático. Dan Clancy, criador do programa, afirmou que ele surgiu por conta da ambição da companhia de permitir que internautas consigam encontrar livros esgotados na rede.
O projeto de escanear livros já encontrou dezenas de obstáculos. No início do ano, o Google conseguiu fechar um acordo com grupos editoriais e associações de escritores nos EUA para publicar seus livros online. O acordo foi criticado e tornou-se objeto de investigação do Departamento de Justiça americano por não especificar quanto a empresa cobraria a bibliotecas pela ferramenta – teme-se que o serviço se torne uma cara obrigação.
Também no início do ano, a União Européia afirmou que estudaria os planos do Google depois que a Alemanha se queixou que a companhia havia escaneado livros de bibliotecas americanas para criar um banco de dados online sem pedir permissão aos donos das obras. Curiosamente, o bloco dos países europeus também já lançou seu projeto de biblioteca virtual. A Europeana possui de peças de Sheakespeare a imagens da atriz francesa Brigitte Bardot, mas a maioria dos países tem sido lenta em disponibilizar suas obras.
Na audiência desta semana, para analisar o projeto do Google, Dan Clancy ressaltou a importância de que os livros esgotados não sejam esquecidos. ‘O interesse do Google é ajudar as pessoas a encontrar os livros’, afirmou. O escritor James Gleick, um dos autores que processaram o Google e depois entraram em acordo com a companhia, também falou em defesa do projeto durante a sessão. ‘Para nós, autores de livros esgotados, [a digitalização] leva nosso trabalho a um novo público’. A audiência pública da Comissão Européia ainda teria a participação de representantes da indústria editorial. Informações de John O’Donnell de Foo Yun Chee [Reuters, 7/9/09].