O governo de Cuba trava uma batalha contra a tentativa americana de transmitir mensagens anticomunistas para o país por antenas de satélite ilegais. Três dias após autoridades cubanas denunciarem uma estratégia dos EUA de usar emissoras na Flórida para transmitir um canal financiado pelo governo americano para a população local, o Granma, jornal do Partido Comunista, dedicou uma página inteira para noticiar a descoberta e prisão de quatro homens que vendiam e faziam a manutenção de sistemas de TV por satélite no país. Acredita-se que haja milhares de antenas do tipo nos telhados de casas cubanas.
O TV Marti, que funciona com verba dos EUA, é proibido por lei de transmitir propaganda em território americano. O canal parece ter encontrado uma brecha: usar emissoras na Flórida para que a transmissão chegue à ilha de Fidel Castro, onde pode ser vista por qualquer um que possua uma antena ilegal em sua casa.
Mensagem anticastrista
Até agora, o canal não parece ter tido muita influência sobre os telespectadores. Emissoras comerciais em língua espanhola, com sede em Miami, são particularmente populares na ilha. Seus programas sobre política e notícias – muitos deles criados por exilados cubanos – costumam ser tão anticastristas quanto a programação do TV Marti. Segundo o Granma, muitos destes canais dos EUA transmitem uma mensagem que ‘é parte de um plano do governo Bush para destruir a revolução e a nação cubana’.
Em 2004, funcionários do governo americano estimaram que existam mais de 10 mil antenas por satélite clandestinas em Cuba. Muitas delas servem diversas casas ao mesmo tempo e muitas pessoas gravam os programas e alugam as fitas para a vizinhança por poucos centavos.
Poucos cubanos falam abertamente sobre a situação. As antenas são estritamente proibidas e a polícia realiza batidas freqüentes para confiscar equipamentos ilegais escondidos em caixas d´água, atrás de janelas ou em aparelhos de ar condicionado. O governo alerta que pessoas que tiverem antenas podem enfrentar multas pesadas e prisão. Informações de John Rice [AP, 8/2/07].