Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo nega deportação de jornalista americano

O governo do Paquistão refutou a acusação de que teria expulsado um jornalista da New York Times Magazine que entrevistou líderes do Talibã e viajou à província de Baluchistan, na fronteira afegã. O repórter Nicholas Schmidle, que publicou o artigo ‘A nova geração do Talibã’, teria sido deportado do Paquistão na sexta-feira (11/1), de acordo com a organização internacional Comitê para a Proteção dos Jornalistas. O governo alega que ele não foi expulso, e deixou o país por vontade própria.

O Comitê citou o editor de Schmidle, Scott Malcomson, para afirmar que não foi dada nenhuma explicação para a deportação do jornalista. Segundo o editor, afirmou a organização, a deportação estava ‘claramente ligada a sua reportagem’. ‘O artigo continha entrevistas com líderes talibãs antigoverno’, explicou o Comitê, que tem sede em Nova York.

Um membro do Ministério da Informação, sob condição de anonimidade, afirmou que Schmidle não tinha visto de jornalista. ‘Ele tinha uma bolsa de estudos de dois anos e havia visitado áreas sensíveis em Baluchistan sem permissão, além de ter feito reportagens’, declarou. ‘Inicialmente, uma ordem de deportação – depois anulada – foi entregue. Ele deixou o Paquistão por vontade própria’.

Censura

O Comitê expressou preocupação com os crescentes ataques do governo do presidente Pervez Musharraf à mídia. Ainda que tenha ampliado seu espaço de atuação durante o governo de Musharraf, a imprensa local passou a sofrer, no último ano, com manifestações de censura e truculência.

Em novembro, o presidente declarou estado de emergência no país – todos os canais de televisão privados foram tirados do ar e três jornalistas do jornal britânico Daily Telegraph foram expulsos. O estado de emergência foi suspenso em dezembro e quase todos os canais voltaram ao ar – nenhum deles, no entanto, voltou a exibir os populares talk shows que tanto irritavam as autoridades. Questionado, o governo nega que haja censura no país. ‘A mídia hoje é uma das mais livres da história do Paquistão. Não há restrições’, declarou um representante do Ministério da Informação na semana passada. Informações de Zeeshan Haider [Reuters, 12/1/08].