Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Governo quer retaliação por críticas da OEA

O governo da Venezuela ordenou, no sábado (6/1), que a Organização dos Estados Americanos (OEA) encerre as críticas à decisão do presidente Hugo Chávez de não renovar a licença da uma emissora de TV de oposição. No dia anterior, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, havia afirmado que a decisão do governo venezuelano poderia ser vista como ‘uma forma de censura contra a liberdade de expressão’ e servia de alerta para outros veículos de comunicação críticos às políticas de Chávez.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusou Insulza de ‘se intrometer’ de maneira imprópria em assuntos do país e negou que a decisão tenha alguma semelhança com tentativa de censura.

Briga longa

As tensões entre o governo e a mídia de oposição venezuelana aumentaram no fim de 2006, após a reeleição de Chávez para mais seis anos no poder. O presidente prometeu mudanças radicais para seu novo mandato, entre elas a revisão da constituição. Analistas temem que Chávez esteja levando o país em direção a um sistema comunista altamente controlado pelo governo, inspirado no regime de Fidel Castro em Cuba.

O anúncio de que não renovaria a licença de transmissão da Radio Caracas Television (RCTV), que expira em maio, recebeu muitas críticas de organizações em defesa da liberdade de expressão. O presidente acusa a emissora, entre outras, de apoiar o golpe que o tirou brevemente do poder em 2002. O presidente da RCTV, Marcel Granier, afirma que a decisão do governo tem como objetivo intimidar os veículos de comunicação do país e argumenta que o canal tem o direito legal de continuar a transmitir sob a licença atual. Informações da AP [6/1/07].