O governo somali anulou, na terça-feira (16/1), a ordem de fechamento de quatro empresas de mídia que haviam sido acusadas de cobertura parcial durante um recente conflito ocorrido no país. Autoridades reclamavam que os veículos – incluindo duas das maiores emissoras independentes da Somália e o escritório local da TV al-Jazira –, teriam colocado no ar informações não confirmadas e teriam sido parciais a favor de islâmicos expulsos do sul do país por tropas lideradas por etíopes, no Ano Novo.
Todas as companhias negaram a cobertura tendenciosa, mas acabaram sendo fechadas no início desta semana (15/1). A expulsão dos islâmicos levou o governo a decretar lei marcial (estado de emergência) na Somália.
Protestos
No entanto, críticas e protestos de instituições nacionais e internacionais de defesa da mídia, que alegavam que o fato era uma afronta à democracia, fizeram com que o governo voltasse atrás. Assim, as empresas de comunicação ficaram fechadas por apenas 24 horas.
‘As organizações de mídia nacionais e internacionais, em especial aquelas que trabalham para proteger a mídia, tiveram um importante papel na anulação desta proibição’, afirmou Ali Iman Sharmarke, co-proprietário da emissora de rádio HornAfrik. ‘Fechar empresas privadas de mídia é o pior caminho para reconciliar o povo somali e para retirar o país do longo período de caos’, opinou Gabriel Baglo, diretor do escritório na África da Federação Internacional dos Jornalistas. Informações de Sahal Abdulle [Reuters, 16/1/07].