A facção polonesa do grupo de extrema direita Redwatch postou em seu sítio uma lista com o nome de 16 jornalistas de esquerda, ameaçando-os por sua posição antifascista, informa a organização Repórteres Sem Fronteiras [26 e 29/5/06], que alertou o ministro da Justiça da Polônia, Zbigniew Ziobro, sobre as ameaças.
A Redwatch é uma organização internacional com sede na Grã-Bretanha que incita ataques a ativistas dos direitos humanos, jornalistas, políticos e estudantes. Os nomes das futuras ‘vítimas’ são divulgados na página do grupo na internet, com suas fotos e endereços.
Um ativista que estava em segundo lugar na lista de inimigos do Redwatch-Polônia escapou por pouco de uma tentativa de assassinato em Varsóvia, em 16/5. Os agressores o espancaram, jogaram spray de pimenta nele e o esfaquearam antes de fugir. A faca passou a poucos centímetros do coração.
Ameaças sérias
A RSF enviou ao ministro da Justiça a lista com os nomes dos jornalistas ameaçados, pedindo que ele faça todo o possível para garantir que os responsáveis pelas ameaças sejam identificados e levados a julgamento. A organização de defesa da liberdade de imprensa declarou que considera as ameaças muito sérias, já que elas costumam ser seguidas por ações. Em 28/5, quatro dias após o primeiro alerta da RSF ao ministro, o governo da Polônia pediu às autoridades americanas que fechem o sítio da Redwatch, hospedado por um servidor dos EUA.
A organização havia expressado preocupação com a atitude da promotora encarregada do caso, Elzbieta Janicka. Procurada pela RSF, ela havia dito que a investigação sobre o conteúdo do sítio da organização terrorista estava parada. A promotoria pública de Varsóvia teria pedido informações a autoridades americanas, mas Elzbieta não sabia dizer se a requisição havia chegado às pessoas certas. Perguntada se a polícia estava investigando as organizações fascistas da Polônia, a promotora teria afirmado apenas que ‘os inquéritos continuam’.