Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Grupo português compra O Dia

Não deve passar despercebida a mais nova investida do grupo português Ongoing sobre o setor de mídia brasileiro. O grupo acaba de adquirir o grupo O Dia, do Rio de Janeiro.


A Ongoing é o maior acionista individual da Portugal Telecom, com cerca de 8% do capital da empresa, tem participação de 3% no Banco Espírito Santo, é controladora do jornal Brasil Econômico, que faz concorrência direta ao jornal Valor (controlado por Globo e Folha de S.Paulo), controla a Zon Multimídia (maior operadora de TV a cabo de Portugal) e até recentemente pretendia adquirir a emissora de TV aberta portuguesa TVI, emissora de TV aberta que concorre com a SIC e com a RTP. O negócio não foi fechado por restrições concorrenciais, mas a Ongoing mantém a diretriz de se associar a grupos de mídia de língua portuguesa.


No ano passado, Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, veio ao Brasil e chegou a sondar a possibilidade de adquirir uma participação na Oi. Aliás, dois detalhes da estratégia da Ongoing são especialmente interessantes para o setor de telecomunicações. O primeiro é que o grupo O Dia, agora adquirido, é controlador de uma das licenças do Serviço Especial de TV por Assinatura (TVA), que opera em um único canal de UHF mas que é apontado como o principal caminho para a introdução da TV paga móvel no País. Outro detalhe importante é que o CEO do grupo no Brasil é Carmelo Furci, ex-presidente da Telecom Italia na América Latina e profundo conhecedor do setor de telecom no Brasil.


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Editora do jornal Brasil Econômico acerta compra do grupo editorial O Dia


Adriana Chiarini # reproduzido do Estado de S.Paulo, 2/4/2010


A Empresa Jornalística Econômico S.A. (Ejesa), que edita o jornal Brasil Econômico, acertou as condições de compra, por US$ 75 milhões, do grupo editorial O Dia. Pretende também lançar um diário em Brasília. Com isso, a empresa que criou o Brasil Econômico no ano passado, com sede em São Paulo, teria bases no Rio e na capital federal.


‘A gente considera que o Brasil é um mercado em expansão, que vai ser a quinta economia do mundo e tem espaço em todos os setores para crescer’, afirmou o diretor da Ejesa e do Brasil Econômico, Ricardo Galuppo. De acordo com ele, esses são os planos por enquanto, mas o grupo quer crescer e não descarta ‘aproveitar outras oportunidades que surgirem no futuro’.


Fundado em 1951, o tradicional grupo que a família Tavares de Carvalho concordou em vender é formado por três jornais: O Dia, Meia Hora e o esportivo Campeão. Juntos, têm circulação média diária de 340 mil exemplares e cerca de 700 funcionários. Junto com o Brasil Econômico, o grupo Ejesa passa a ter uma circulação média diária de 400 mil exemplares.


Sociedade


O memorando de entendimento entre a família Tavares Carvalho e a Ejesa, representada pelo diretor Ricardo Galuppo e pelo presidente da Ejesa, José Mascarenhas, foi firmado na quarta-feira (31/3) à noite. A rádio O Dia FM ficou fora do negócio. De outro lado, a Ejesa leva também a gráfica e a empresa de distribuição dos diários.


‘A estrutura societária e operacional do Grupo O Dia não sofrerá qualquer tipo de alteração até que a operação seja efetivamente concretizada’, diz nota de O Dia. ‘Vamos entrar em uma fase de detalhes agora, mas as empresas são bem administradas e tenho certeza que não há nada que impeça que o negócio seja concluído nas bases acertadas’, disse Galuppo.


Galuppo informou que a Ejesa pretende dar continuidade aos três jornais cariocas que está adquirindo. ‘São marcas vitoriosas. Os jornais estão bem posicionados. Têm seus nichos e todos receberão investimento. A gente não pretende reinventar a roda’, afirmou, sem revelar os investimentos que serão realizados.


Capital


Galuppo disse que, em Brasília, a ideia é criar um diário ‘para discutir políticas públicas’. A data para o lançamento e o nome do jornal, que vai concorrer com o Correio Braziliense e o Jornal de Brasília, está em estudo.


A Ejesa é formada em 70% pela família luso-brasileira Mascarenhas Vasconcellos e em 30% pelo grupo português Ongoing. A lei brasileira proíbe que a participação de capital estrangeiro em uma empresa de comunicação de massa supere 30%.


Em nota da Ejesa, a presidente do Conselho de Administração da empresa, Maria Alexandra Vasconcellos, diz que o acordo alcançado torna o grupo O Dia um player ‘relevante no setor de mídia no Brasil, com produtos que demonstram elevado potencial de expansão’.


O presidente do Conselho de Administração do Grupo Ongoing, o português Nuno Vasconcellos, disse na nota que o acordo ‘constitui um passo decisivo na estratégia de apostar nos mercados de língua portuguesa’.


O grupo Ongoing investe também em outros setores. Tem participação na Portugal Telecom e, por isso, indiretamente na operadora móvel brasileira Vivo. Também participa do grupo financeiro português Espírito Santo.


Galuppo foi enfático em que não há participação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu nem na Ejesa, nem no novo jornal a ser criado em Brasília, a não ser como colunista. ‘Ele é nosso colunista, a meu convite. Acho que ele merece ser colunista. Converso diariamente com ele e com pessoas de outros partidos, como jornalista’, disse.


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O Dia é vendido por US$ 75 milhões para grupo ligado a portugueses


Lucianne Carneiro e Bruno Rosa # reproduzido de O Globo, 2/4/2010


A Empresa Jornalística Econômico S.A. (Ejesa) – que edita o jornal Brasil Econômico – fechou a compra do Grupo O Dia de Comunicação por US$ 75 milhões.


Segundo o diretor do Brasil Econômico, Ricardo Galuppo, foi assinado na noite de quarta-feira (31/3) no Rio um memorando de intenções para a compra do grupo editorial, que inclui os jornais O Dia, Meia Horae O Campeão, o site, a gráfica, a empresa de distribuição e imóveis, incluindo a sede na Rua do Riachuelo, no Centro. Apenas a rádio FM O Dia ficou de fora.


Segundo ele, será feito um processo de due dilligence nos próximos 60 dias, no qual serão analisados os número do grupo.


A Ejesa tem participação de 30% do grupo português Ongoing Strategy Investments e 70% de Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos. A lei prevê que estrangeiros podem ter, no máximo, 30% do capital de um grupo de mídia. No caso da transação anunciada ontem, o limite está respeitado, mas Maria Alexandra – detentora dos 70% e brasileira – é mulher de Nuno Vasconcellos, presidente do grupo português.


O grupo O Dia, fundado em 1951, foi comprado pelo jornalista Ary de Carvalho em 1983. Desde sua morte, em 2003, há especulações sobre uma possível venda. Até o grupo Record, do bispo Edir Macedo, demonstrou interesse no negócio.


O memorando de intenções foi assinado pelas filhas e representantes do jornalista Ary de Carvalho, Ariane Carvalho Barros, Eliane Carvalho e Gigi Carvalho. Elas não retornaram as ligações do Globo. Segundo Galuppo, a negociação durou cerca de dois meses.


– Houve uma feliz coincidência de um grupo que quer se expandir no Brasil com um grupo que queria transmitir seus ativos. Vamos chegar a um mercado da importância do Rio com um negócio já estabelecido. As operações de O Dia e do Brasil Econômico permanecem como estão e vamos pensar em sinergias e até mesmo em expandir os negócios em segmentos não explorados – afirmou.


Galuppo informou que não há planos de demissões no grupo carioca, mas não descartou cortes mais à frente. Atualmente, o grupo O Dia tem cerca de 700 funcionários.


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro acompanha com atenção a compra do grupo O Dia e espera que ‘os novos donos tenham capacidade administrativa e financeira para promover investimentos e melhorar as condições de trabalho de seus profissionais nas redações’.


– Ainda não fomos informados sobre cortes e esperamos que isso não aconteça – disse Suzana Tavares Blass, presidente do Sindicato.


Segundo dados do IVC, a circulação média diária dos três títulos do grupo O Dia nos meses de janeiro e fevereiro deste ano foi de 219.494 exemplares, sendo 150.660 do Meia Hora, 56.443 do Dia e 12.391 do O Campeão – jornal esportivo lançado em outubro de 2009.


O presidente do Conselho de Administração do Grupo Ongoing, Nuno Vasconcellos, disse que o negócio ‘constitui um passo decisivo na estratégia de apostar nos mercados de língua portuguesa’.


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Portugueses fecham compra do grupo O Dia


Reproduzido da Folha de S.Paulo, 2/4/2010


A empresa Jornal Econômico S.A. (Ejesa), controlada pelo grupo português Ongoing, que edita o jornal Brasil Econômico, anunciou ontem acordo para a compra do Grupo O Dia, do Rio, da família Carvalho.


O mercado estima a negociação em US$ 75 milhões (R$ 133,5 milhões), valor não confirmado à Folha pelo vice-presidente da Ongoing, Rafael Mora. O valor do negócio só será divulgado após o processo de verificação de contas, em dois meses, segundo ele.


O acordo foi selado quarta-feira (31/3) e envolve os jornais O Dia, Meia Hora e o esportivo Campeão, que venderam juntos 210.884 exemplares diários em fevereiro, de acordo com o IVC (Instituto Verificador de Circulação). O grupo tem 700 funcionários e possui gráfica, incluída no acordo, assim como o Instituto Ary de Carvalho, de projetos sociais.


O capital da Ejesa é dividido entre a família Mascarenhas Vasconcellos (70%) e o grupo Ongoing, com 30%, percentual máximo permitido pela lei brasileira a empresas estrangeiras na área de comunicação.


No site do Brasil Econômico, a presidente do Conselho de Administração da Ejesa, Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos, diz que o acordo faz do grupo O Dia um ‘player relevante no setor de mídia no Brasil’. Brasileira, ela é mulher do empresário português Nuno Vasconcellos, presidente do Conselho de Administração do Ongoing. Além de dono do Diário Econômico, em Portugal, o Ongoing tem participação de 7% na Portugal Telecom e é o maior acionista da empresa de tecnologia Mobbit.


Segundo o diretor da Ejesa, Ricardo Galuppo, os jornais receberão investimentos e terão reforma gráfica. Ejesa e Ongoing dizem que não haverá demissões e os jornais continuarão em seu nicho, a classe C.


Fundado em 1951 pelo ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, O Dia passou a Chagas Freitas (depois governador do Rio) antes de ser vendido ao empresário gaúcho Ary de Carvalho, em 1983. Nos últimos anos, houve tentativas de compra do jornal, inclusive pela Igreja Universal.


Com a aquisição, a Ejesa passará a ter 5,19% do mercado de jornais impressos do país. O Dia é o quarto em circulação no Rio e o 18º entre diários no Brasil. O tabloide popular do grupo, Meia Hora, é o oitavo mais vendido do país. O ranking nacional é liderado pela Folha, com 7,09% do mercado, seguido por Super Notícia (MG), Extra (RJ), O Globo (RJ) e O Estado de S.Paulo.