A cobertura do Iraque foi posta de escanteio depois que o conflito no sul do Líbano e os planos de atentados terroristas em Londres dominaram a cobertura internacional da mídia.
Analistas estão questionando se o Iraque vai recuperar sua proeminência nos noticiários e jornais se o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah permanecer intacto. ‘Os americanos estão perdendo o interesse’, disse Jane Arraf, da CNN em Bagdá. Ela suspeita que a história não voltará a ter a importância que já teve. Os americanos estão anestesiados com as séries de imagens deprimentes do Iraque, afirmou. O perigo aos jornalistas e a dificuldade em se movimentar pelo país faz com que seja extremamente difícil contar histórias de como o povo está vivendo.
Para Tom Rosenstiel, diretor do Projeto para Excelência do Jornalismo, o Iraque não deixará de ser reportado como aconteceu com a guerra contra o terrorismo no Afeganistão. ‘Não acho que o Iraque irá sumir porque é um problema político primário para o governo Bush e influenciará as eleições’, disse.
De acordo com reportagem de David Bauder [AP, 15/8/06], nos primeiros meses de 2006, os principais noticiários da noite da ABC, CBS e NBC dedicaram uma média de 39 minutos por semana para a guerra no Iraque. Desde o começo do conflito no Líbano, o Iraque passou a receber 13 minutos de cobertura por semana. Já na mídia impressa, reportagens sobre o cessar-fogo ocuparam a parte superior da capa do Washinton Post e do New York Times, enquanto a matéria sobre o parlamento Iraquiano ameaçar sair do poder ocupou a terceira página no Times e a nona no Post.
Devido aos poucos recursos no estrangeiro, organizações de TV noticiosa têm tido dificuldades para cobrir mais que um assunto internacional de destaque por tempo prolongado. ‘O Iraque virou um buraco negro para organizações noticiosas nos últimos três anos, engolindo dinheiro, recursos e, em alguns casos, vidas’, disse Rosenstiel. ‘Além disso, a mídia é melhor cobrindo notícias que estouram do que as que se dobram.’